PRESIDENTE DO COLIDE-GB AFIRMA QUE A SOCIEDADE ESTÁ DIVIDIDA EM TERMOS POLÍTICOS, ÉTNICOS E RELIGIOSOS

[Campanha eleitoral] O presidente da Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento da Guiné-Bissau (COLIDE-GB), Juliano Fernandes, afirmou esta terça-feira, 23 de maio, que a sociedade guineense está profundamente dividida em termos políticos, étnicos e religiosos e que prova disso é que nunca houve um pacto nacional a semelhança daquilo que se faz nas outras sociedades democráticas em que os partidos concordam a volta das linhas mestras de desenvolvimento para os setores da saúde, educação, justiça, estado de direito, respeito a constituição, agricultura e energia, traçados como aspetos fundamentais para o progresso e bem-estar da população.

O líder da COLIDE-GB que é candidato no círculo eleitoral 19 (Bigene/Bula), região de Cacheu no norte da Guiné-Bissau e cabeça de lista do partido para o cargo deprimeiro-ministro, fez estas afirmações numa conferência de imprensa para tornar públicos os grandes eixos do programa eleitoral daquela formação política.  

Juliano Fernandes disse que neste momento, o povo guineense está dividido por motivações políticas, o que acabou por criar divisões baseadas na etnia, tendo acrescentado que basta ver como as pessoas aderem apartidos na Guiné-Bissau, mesmo sabendo que o líder daquela formação política não tem condições técnicas para dirigir um estado, “mas devem militar porque são da mesma etnia e prova de tudo isso é que o voto na Guiné-Bissau é étnico”. 

Relativamente ao programa eleitoral, explicou que um dos quatro eixos principais do seu programa eleitoral passa pela convergência, porque o partido entende que,“enquanto os guineenses não se sentarem a mesa para discutirem os problemas do país, abstraindo-se completamente de afinidades religiosas, étnicas e políticas, não será possível tirar proveito da capacidade de cada um de nós, deixando de lado discursos de ódio e passar mensagens que alimentam a esperança do povo”.

Assegurou que o segundo eixo fala da consolidação do estado de direito democrático, porque o Estado existe quando a lei é respeitada, caso contrário é impossível falar do estado. Acrescentou que o Estado da Guiné-Bissau é definido na Constituição da República em termos de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos para se expressarem livremente.

O líder da COLIDE-GB disse que o terceiro eixo destaca a produção e industrialização do país. De acordo com o político, isso passa pelo investimento nos setores produtivos como agricultura e indústria para que a população seja capaz de alimentar-se com diversidade de produtos construindo fábricas para transformar cereais em farinha e ter pão e arroz barato no mercado.

O quarto e último eixo refere-se à questão da segurança, sobretudo definir os mecanismos para a garantia da segurança, “porque ninguém é livre num país em que não há segurança, de maneira que é fundamental ter aquele eixo, dado que é a partir daí que as pessoas podem andar livremente e ter os seus bens protegidos”.

Instado a pronunciar-se sobre os 11 dias de campanha eleitoral até aqui, Juliano Fernandes, disse que depois de uma semana de campanha, ficou triste com algumas mensagens complicadas que estavam a ser passadas pelos candidatos ao invés de concentrarem-se a difundir os seusprogramas eleitorais e falar sobre o estado da nação guineense e como devem ser resolvidas as preocupações da população, infelizmente isso não está a acontecer.

“O povo vota num determinado partido que assume a governação durante quatro anos, esse junta o dinheiro de estado que deveria servir para outras coisas, mas usa-opara fazer campanha eleitoral, comprando 60 viaturas, camisolas e outros materiais a fim de ganhar o escrutínio e continuar no poder para sempre. Só quero fazer um pequeno exercício para as pessoas terem noção: aprodução de uma camisola mais leve e boné com símbolo de um partido custa 1.500 franco CFA e se calcular 100 mil camisolas a esse preço, são 150 milhões de franco CFA, sem falar das viaturas, ou seja, alguns dirigentes estão a fazer campanha bilionária num país em que a população passa fome”, lamentou.

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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