
A presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS), Indira Correia Baldé, reconheceu que a classe jornalística nacional é ” precária ” e que os jornalistas enfrentam a “morte lenta”, razão pela qual defendeu que os 18 anos devem ser de reafirmação do compromisso na luta a favor da liberdade de imprensa, de expressão e da melhoria de condições de trabalho.
A presidente do SINJOTECS, que falava esta quinta-feira, 25 de maio de 2023, por ocasião da celebração dos 18 anos da criação da estrutura que defende os profissionais da comunicação social guineense, afirmou que os jornalistas são forçados a aceitar viver na precariedade, porque “o Estado não considera o setor da imprensa como um setor chave para o desenvolvimento do país”.
“Até agora, o governo não pagou a indemnização aos jornalistas que morreram durante o exercício das suas funções, em 2025, a caminho de Gabú, para cobrir a celebração do dia internacional da SIDA, 1 de dezembro”, lembrou.
Criticou o fato de não ter sido promulgado, até ao momento, o estatuto da carteira profissional dos jornalistas, aprovado a 18 novembro de 2020, assinalando que muitos jornalistas estão na reforma, mas continuam a receber um salário miserável.
“Não devemos ser inimigos um do outro. Temos que trabalhar de mãos dadas. A luta vai continuar até que a carteira profissional aprovada seja promulgada”, disse e aconselhou todos os jornalistas a unirem os esforços e lutarem pela liberdade de expressão no país.
Alertou que, se depois das eleições legislativas de 4 de junho próximo, o governo que sair do escrutínio não aprovar nem promulgar a lei da carteira profissional jornalística, mobilizará os profissionais para irem protestar, porque “os jornalistas não merecem estar num setor terciário e devem ser corajosos a desafiar o sistema para o bem da classe”.
Reconheceu que a situação dos profissionais da comunicação social não é boa, porque “o salário de um jornalista é muito precário em detrimento do seu trabalho e que a classe não se sente satisfeita “, salientou.
“Há conquistas que precisamos consolidar”, frisou, lembrando que os jornalistas da Rádio Capital FM foram assediados, violentados, ameaçados e que a rádio foi destruída por pessoas que deveriam proteger os cidadãos.
“Chegou a nossa vez, basta de precariedade na comunicação social”, afirmou, indicando que os políticos tiram dividendos de tudo isso, porque “não existe união no seio da classe jornalística, mas há documentos para fazer valer os direitos dos homens da imprensa”.
Por sua vez, o vice-presidente da liga Guineense dos Direitos Humanos, Vitorino Indeque, enfatizou que os jornalistas são os melhores defensores dos direitos humanos, porque “é uma profissão onde não pode existir um analfabeto, os jornalistas devem estar unidos, exigentes para serem respeitados porque têm a grande responsabilidade”.
O SINJOTECS foi criado no dia 25 de maio do ano 2005 e celebra, esta quinta-feira, dezoito ano de existência, que culminou com homenagens a diferentes organizações com o tradicional pano de pente, nomeadamente Media Fundicion, Liga Guineense dos Direitos Humanos, Ex-presidente da SINJOTECS, Ianda Guiné, Federação Nacional da Língua Portuguesa e a Federação Internacional dos Jornalistas, com sede em Dakar.
Por: Noemi Nhanguan