Homenagear os “Tabanka Djaz”, não é uma tarefa fácil! Sobretudo, pelo seu renome e o seu enorme subsídio que vem prestando à afirmação da cultura guineense, por este mundo fora.
Porém, escrever sobre este agrupamento musical é indubitavelmente uma honra!, cumpre-se hoje 25 anos da sua existência coroada de êxitos, é uma das nossas principais referências da música nacional e internacional.
Nascido em Bissau, em 1988, apenas imbuído do entusiasmo da juventude, os irmãos Mikas, José Carlos e Juvenal Cabral e Aguinaldo Pina, que estiveram na sua origem, em tocar no restaurante “Tabanka”, que por mera coincidência do acaso, veria atribuir-lhe o nome, mais tarde, no exercício do (des)encanto e do desafio da descoberta da arte musical, surgiria a ideia de se acrescentar à frente, o “Djaz”, passando a denominar-se de “Tabanka Djaz”. O baterista, Rui Silva e o teclista, Caló Barbosa ao aderirem a banda dariam um novo impulso.
É importante frisar, que os “Tabanka Djaz”, surgem numa altura em que do cenário nacional se faziam sentir a ausência dos agrupamentos musicais. O histórico “Cobiana Djaz” tinha acabado de desmembrar-se e o “Mama Djombo” estava na ocasião inativo. A partir dessa data, nunca mais pararam de sonhar. Cinco anos depois, em Janeiro de 1990, editam o seu primeiro LP, “Tabanka”. O fervor e sucesso galhardeado em várias digressões pelas ribaltas dos quatro cantos dos continentes, provocam ainda maior desafio ao grupo, que em 1993, já depois do falecimento do Rui Silva, insurge com um novo trabalho, intitulado “Indimigo”.
Mas, foi com a “Sperança”, em 1996, após uma venda de mais de quarenta mil exemplares que a banda conquista os discos de Prata, Ouro e Platina, atribuídos pela Associação Fonográfica Portuguesa. Com este reconhecimento internacional, a consagração do grupo na história da discografia da sua terra natal e mundial, indiscutivelmente, passou a ser uma realidade. No ano seguinte, ao participar na Costa do Marfim, no Carnaval de Cocodi, seria nomeado para os grammys de Africa (os já extintos N`Gomo).
Em 2002, gravariam um novo CD, “Sentimento” e 2013 seria a vez de “Depois do Silêncio”. Os seus trabalhos contaram com as prestigiadas participações, do cantor brasileiro, Martinho da Vila e do guitarrista guineense, Tony Dudu, entre outros.
Parabéns “Tabanka Djaz”, pelo feliz aniversário!
25 anos de muitas conquistas, mas também de muitas lutas e vicissitudes. Foi com muito honra que aceitei o convite para redigir algo sobre o grupo, que vi nascer, nos fins da década 80. Tal como muitos guineenses, acolhi os vossos trabalhos, sempre com um grande entusiasmo, ouvindo ao longo destes anos, como a vossa força telúrica, capacidade criativa e interpretativa vocal foram recheando as vossas lindas composições de sonoridades musicais, refugiadas no ímpeto do amor, da paixão à terra, ilustradas em alguns temas, como: “Bó D’zem”, “Foi Assim”, “Beijo di dispida”, “Mancebu”, “Nha Corçon”, “Lisa Cherry”, “Meu Segredo”, “Guiné”, “Uma estrela”, “Djumbai di Povo”, “Paixão Criola”, “Tira Mão Da Minha Xuxa”; na evasão da sátira social tratada em “Sub-17”, “Brincadera D’Aós”, ”Rusga Di 7:30h”, “Nha Amiga”, “Indimigo”, “Caçabi Di Mundo”, entre outros e em tributos de reconhecimento interpretados em “Gardicimenti”, “Abraço a Manrré”,
“Nha Rôseta”, ”Si Bu Sta Dianti Na Luta”, “Daty Vieira”, etc.
Em suma, falar hoje dos “Tabanka Djaz”, é falar de um grupo guineense inovador, criador de um estilo próprio, inspirado no nosso “gumbé”, que cedo se divorciaria do comum e vulgar na música guineense mergulhada na abordagem da temática política e galgaria pelo caminho de sua própria força telúrica.
Parabéns “Tabanka Djaz”! Parabéns Guiné-Bissau!
Por: Carlos Vaz
Bissau, 09 de abril de 2015
















