Novo preço do arroz: ACOBES EXORTA GOVERNO A APLICAR MEDIDAS DURAS EM CASO DE INCUMPRIMENTO

O Secretário-geral da Associação dos Consumidores, Bens e Serviços (ACOBES), Bambo Sanha, exortou o governo esta quinta-feira, 24 de agosto de 2023, a aplicar medidas duras em caso de incumprimento do preço estipulado para a compra do arroz cem e cinco porcento.

A ACOBES propõe a retirada do alvará, o encerramento de estabelecimentos comerciais e a aplicação de multa, porque “ninguém pode brincar com o Estado quando este defende o interesse da maioria”.  

Bambo Sanhá, que falava em conferência de imprensa realizada na sua sede em Bissau, disse que a assinatura do contrato entre o governo com as empresas importadoras do arroz, CR-Trading e ADG Irmão, foi testemunhada pelo Secretário-geral da ACOBES e pelo presidente da Associação dos retalhistas dos mercados da Guiné-Bissau.

“Depois da assinatura do contrato, o chefe do governo solicitou aos responsáveis das duas empresas para, a partir do dia 17 de agosto, poderem tornar público o preço de 17.500 francos CFA por cada saco de 50 kg nhelem 100 por cento partido, ambos aceitaram. Ninguém pode voltar atrás”, afirmou.

O representante dos consumidores exortou o governo a fiscalizar o preço estipulado e qualquer violação deve merecer uma sanção, de acordo com a lei, porque “a população guineense está cansada”.

Defendeu neste particular que o executivo deve continuar a tomar medidas para baixar os preços de outros produtos, nomeadamente do açúcar, da farinha, do óleo, peixe, cimento, sabão, gás, qualidade de água, eletricidade e outros produtos para aliviar o sofrimento do povo guineense e que proceda à atualização do preço doscombustíveis.

“A forma como os operadores económicos aumentam os preços dos produtos na Guiné-Bissau não é normal. Enriquecem-se de maneira ilícita e o governo deve defender os mais fracos, os consumidores, através demedidas eficazes em que os comerciantes também não saem a perder”, sublinhou.

Bambo Sanhá disse que é preciso harmonizar o preço dos medicamentos nas diferentes farmácias, para acabar com “muita desorganização no setor”, sobretudo no que diz respeito à sua qualidade.

“O governo deve trabalhar seriamente nesse aspeto sensível e controlar a entrada de medicamentos, cumprindo as normas em termos da conservação. A Guiné-Bissau vai completar 50 anos de independência, mas até ao momento não tem nem sequer um único laboratório para o controlo de qualidade dos medicamentos e produtos alimentícios. Isso é grave”, criticou.

Revelou aos jornalistas que o governo cessante tinha um acordo com os comerciantes nas estruturas dos custos analisados, através da comissão interministerial que existia e o arroz nhélen cem porcento partido era 20.500 francosCFA ao consumidor final, mas estava a ser comercializado a 21.000 ou 22.500 francos CFA, “isso é meramente especulativo”.

“O arroz grosso, 5 porcento partido, devia ser vendido ao consumidor final a 22.500 francos CFA, mas foi especulado em 24 a 25 mil francos, em Bissau, e no interior entre 28 e 30 mil francos CFA”, lembrou, defendendo que neste momento não deve haver nenhum justificativo de compensação aos comerciantes, “devido à especulação exorbitante no mercado guineense”.

Por. Aguinaldo Ampa

Foto. A.A

Author: O DEMOCRATA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *