Dia internacional das meninas: MINISTRA DA AÇÃO SOCIAL CRITICA QUE ORÇAMENTO GERAL DE ESTADO NUNCA É SENSÍVEL À QUESTÃO DE GÉNERO

A Ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, Cádi Seide, afirmou que não se pode falar de igualdade de género, uma vez que o Orçamento Geral do Estado nunca foi sensível à questão de género e o bolo atribuido ao Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher é de apenas de 1,0%.

A governante fez essa crítica na cerimónia comemorativa do Dia Internacional da Menina que se celebrou esta quarta-feira, 11 de outubro de 2023, sob o lema “vamos juntos construir um mundo melhor para as crianças e para os jovens”.

A titular da pasta do ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher reconheceu que o impacto das instabilidades políticas e governativas, das mudanças climáticas, da fome, da pobreza e do subdesenvolvimento recai com muita incidência sobre as meninas que dispensam muito os seus tempos nos afazeres domésticos, a busca de lenha, vendas no mercado informal e a carregar água, bem como várias outras tarefas.

Enfatizou que o governo da coligação está determinado em mudar o paradigma para o bem servir o país.

Cadi Seide insistiu na necessidade de haver tolerância, paciência ao diálogo inclusivo e direto, a estabilidade política governativa, justiça, um trabalho árduo, um discurso sem ódio, bem como confiança mútua de um e do outro lado para a construção do país.   

Revelou que os dados mundiais sobre as meninas apontam que 1 em cada 3 raparigas casam antes de completarem os dezoito anos de idade, nos países em desenvolvimento e que existe 1,1 mil milhões de raparigas em todo o mundo, sendo que 700 milhões das mulheres de hoje casaram antes dos 18 anos idade e um terço destas casou antes dos quinze anos de idade.  

“A mutilação genital feminina aumentou para 52% e a violação doméstica  estima-se em 36,34 em 2018, a taxa de abondo escolar para  as raparigas é de  6,9% contra os  5,77 para rapazes”, disse.  

Realçou que as raparigas pobres têm 2,5 vezes mais a hipóteses de se casar na infância, 7 milhões de raparigas engravidam por ano nos países em desenvolvimento, dos quais 40% das gravidezes não são planeadas com grande parte de violações sexuais, mais de três milhões de grávidas têm acesso ao planeamento familiar e cerca de 40% dos jovens procuram contracetivos sem êxito.

“Entre 1142 milhões de raparigas terão sido submetidas à mutilação genital feminina em todo o mundo, dos quais 31 milhões em idade escolar na primária e 34 milhões no ensino secundário”, afirmou e apelou às meninas e aos rapazes a estudarem e a pautarem pelas boas práticas.  

Dados da Organização Internacional de Trabalho apontam que a taxa de desemprego para as mulheres na Guiné-Bissau é de 13,6% Em 2018.

Por sua vez, Muscuta Fati em representação FINJOR-Fórum de Intervenção Social de Jovens e Raparigas, lembrou que uma das principais metas do dia internacional da menina é garantir que todas as meninas tenham acesso à educação de qualidade, tendo alertado que “até hoje muitas meninas do mundo ainda são afetadas pelas barreiras de acesso à educação”.     

 Por: Carolina Djeme

Author: O DEMOCRATA

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