O Secretário de Estado das Telecomunicações e Economia Digital, Gibril Mané, anunciou para breve a conexão efetiva à internet em fibra ótica através do cabo submarino ACE [Africa Coast to Europe] cujos os trabalhos de amarração e configuração foram concluídos há um ano.
O governante falava esta sexta-feira, 03 de novembro de 2023, depois da visita efetuada à Estação Terminal de Cabo Submarino, sito em Suro, setor de Prábis, região de Biombo, e o ponto de interconexão com a rede regional de transporte de energia elétrica da Organização para a Valorização do Rio Gâmbia (OMVG) em Antula, periferias de Bissau.
Mané disse que a visita visa constatar o estado de diferentes infraestruturas do projeto antes de tomadas de decisões nos órgãos de governança da Sociedade de Cabos da Guiné-Bissau (SCGB SA).
“Na próxima semana, o Conselho de Administração da Sociedade, responsável pela gestão destas infraestruturas, vai reunir-se para definir um plano de atividades”.
O governante lamentou que o país tenha perdido mais de 10 anos da vida deste cabo lançado pelo consórcio ACE, cuja a vida é de 25 anos e o investimento neste projeto eleva-se a cerca de 35 milhões de dólares americanos financiado pelo Banco Mundial.
Solicitado a pronunciar-se sobre o assunto e as medidas a adotar pelo executivo, explicou que não é tarde ainda aproveitar o restante dos ano e permitir tirar maior proveito para que a população beneficie das vantagens do cabo submarino.
“Pelas constatações feitas nota-se que foi feito um trabalho muito bom e que resta apenas avançar com alguns componentes administrativos, para que a Guiné-Bissau possa sair na situação de problemas de resiliência de comunicações”, contou.
Em relação ao atraso registado na operacionalização do cabo, explicou que na verdade são problemas circunstanciais, mas afirmou que “o importante é dar continuidade a tudo o que foi feito.
Interrogado sobre a situação das duas empresas públicas de telecomunicações, a Guinetel e Guiné-Telecom, garantiu que nos próximos tempos haverá informações interessantes sobre estas duas empresas.
Segundo apurou O Democrata junto de uma fonte do governo ligado a este dossiê, os trabalhos da conexão de cabo submarino ACE foram concluídos em novembro do ano passado, mas não foi operacionalizado devido a problemas de governança na sociedade constituída pelos acionistas Governo da Guiné-Bissau que detém 49% de ações e pelas duas operadoras móveis Orange e MTN que detêm 25,5% cada.
“Quase há um ano que não se consegue realizar a Assembleia Geral extraordinária, órgão competente para decidir questão estruturante da sociedade à luz dos estatutos e do Pacto de acionistas. Há acionistas que não têm estado a contribuir financeiramente para garantir a sustentabilidade do projeto em termos operacionais. Se o governo tiver a vontade, as coisas podem avançar, contou a fonte.
Por Carolina Djeme
















