A seleção principal de futebol da Guiné-Bissau vai disputar o prémio da Confederação Africana de Futebol (CAF), entidade que dirige o futebol em África, da melhor seleção africana do ano 2023, denominado “Awards´2023”.
Os “Djurtus”, que vão iniciar ainda neste mês de novembro, a fase de qualificação da zona africana para o Campeonato do Mundo, disputarão o prémio com nove outras seleções, com destaque para a seleção do Senegal, campeã do continente, e a do Marrocos, que ficou no quarto lugar no último Mundial do Qatar.
Além da Guiné-Bissau, mais dois países africanos de língua oficial portuguesa concorrem ao prémio da melhor seleção da África, nomeadamente Cabo Verde e Moçambique.
A informação foi tornada pública pela CAF na semana passada, no dia 01 de novembro.
O organismo que tutela o futebol em África anunciou que a gala da entrega dos prémios acontecerá a 11 de dezembro, em Marrakech, em Marrocos.
Para além da melhor seleção africana do ano, a CAF Awards 2023, também nomeará o melhor jogador, o melhor guarda-redes, o melhor treinador, o melhor clube e o melhor jogador jovem do ano.
O selecionador nacional da Guiné-Bissau disputará a premiação com mais 9 treinadores, entre os quais o selecionador do Senegal, Aliou Cissé, do Moçambique, Chiquinho Conde, e do Marrocos, Walid Regragui.
Numa entrevista concedida à seção desportiva do Jornal O Democrata para comentar a proeza alcançada pela Guiné-Bissau, o comentador guineense, Gorky Medina, mostrou-se “surpreendente” com a indicação da seleção para disputar “este tão importante prémio da CAF.”
“Avaliação que podemos fazer da nossa seleção nos últimos anos é positiva. Quando tive oportunidade de ver essas informações num dos sites, pensei que careciam da veracidade, não eram informações da CAF, só depois de consultar mais tarde os jornais internacionais dei conta que eram oficiais”, disse.
“A nossa seleção nacional e o nosso selecionador estão a ser avaliados hoje como dos melhores que temos. É um facto extremamente positivo e surpreendente, sem dúvidas”, afirmou.
Segundo explicação de Medina, a Guiné-Bissau tem muita potencialidade que lhe permitiu qualificar-se 4 vezes consecutivas para o Campeonato Africano das Nações (CAN), o maior torneio de futebol em África.
“É um sinal de que há uma evolução positiva, embora saibamos que não praticamos um futebol de qualidade. Era jogador na altura que o atual selecionador nacional era treinador do Sporting Clube da Guiné-Bissau e a nossa equipa jogava mais vistosa para vencer a equipa do Mister Candé, mas não era tarefa fácil. Portanto, confundimos vários conceitos como jogar bonito, ter futebol vistoso e resultados positivos, mas a nossa seleção tem tido resultados positivos”, acrescentou.
Medina, que foi jogador de futebol e da seleção nacional, realçou que a indicação da seleção nacional e do seu selecionador para disputar estes prémios já é um prémio, uma vez que fazem parte dos melhores do ano 2023 em África.
Questionado se a Guiné-Bissau poderá alcançar estes dois prémios da CAF, o comentador desportivo diz que tudo está em aberto, mas lembrou que o Senegal é favorito, devido ao seu desempenho no último CAN e terminou a prova em primeiro lugar, tendo sido o campeão africano em futebol.
A seleção da Guiné-Bissau foi nomeada, conforme a página CAF, juntamente com as congéneres da Gâmbia, de Cabo-Verde, da Guiné-Equatorial, da Mauritânia, de Marrocos, de Moçambique, da Namíbia, do Senegal e da Tanzânia.
Os Djurtus estiveram no CAN 2017, no Gabão, no Egipto, em 2019, e nos Camarões em 2021. Vão estar agora na Costa do Marfim, mas nunca conseguiram alcançar uma vitória na competição e nunca alcançaram a segunda fase do CAN. Nas duas últimas edições, o país não conseguiu marcar nenhum golo nesta prova da CAF.
Nas três últimas participações consecutivas no CAN, a Guiné-Bissau disputou 9 jogos, somou três empates, seis derrotas, zero vitória, tendo marcado apenas dois golos na primeira participação, por Juary e Piqueti.
A Guiné-Bissau foi sorteada no Grupo A para o próximo CAN, no mesmo grupo que a anfitriã Costa do Marfim, a Nigéria e a Guiné-Equatorial.
A 34.ª edição da Taça das Nações Africanas vai decorrer na Costa do Marfim, entre 13 de janeiro e 11 de fevereiro de 2024.
Por: Alison Cabral



















