LÍDER DA ANP RECONHECE O PAPEL DAS FORÇAS ARMADAS NA LUTA E PEDE RESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES DA REPÚBLICA

O presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, reconheceu que as forças armadas foram pilares no processo de libertação do país do jugo colonial e pediu que as instituições da República sejam respeitadas.

“Hoje estamos aqui para prestar-lhes uma homenagem. É preciso que haja paz e progresso”, sublinhou, reconhecendo que as forças armadas foram os pilares do processo de libertação do país.

Ouvidas à margem da festa do país, as pessoas com deficiência pediram maior atenção das autoridades e do governo e o aumento das suas pensões de dez mil para, pelo menos, cinquenta mil francos CFA, para que possam ter uma vida digna.

“Estamos a estudar e a maior parte paga rendas. Essa pensão que temos não nos satisfaz. Também é necessário que a mobilidade das pessoas com deficiência seja melhorada”, indicou um dos elementos.

Interpelado no local, o Bispo da Diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá, defendeu que o momento é de reflexão sobre o que foi feito depois da independência nacional e disse que o maior desafio que o país terá que enfrentar é trabalhar para garantir a estabilidade governativa.

Por sua vez, o presidente da Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático Guiné-Bissau (APU-PDGB) e antigo chefe de governo, Nuno Gomes Nabian, disse que os guineenses devem orgulhar-se da bravura das forças armadas da Guiné-Bissau, que lutaram para libertar o país das mãos do colonialismo português:

O início das cerimónias comemorativas, que tiveram um atraso de pouco mais de uma hora do tempo previsto, às 10 horas, ficou marcado com a inauguração de uma rua batizada com o nome do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a condecoração de quatro individualidades, três figuras estrangeiras, dois internacionalistas cubanos (Comandante Moia e embaixador Óscar) e António Costa, primeiro-ministro demissionário de Portugal, e uma figura proeminente da Guiné-Bissau, Baciro Candé, selecionador nacional de futebol.

O ambiente era de fraternidade entre os guineenses e muitas pessoas afluíram ao desfile dos cinquenta anos da independência do país e à comemoração dos 59 anos da criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).

O desfile teve duas fases, uma primeira parte reservada às entidades civis, nomeadamente a Associação das Mulheres das Atividades Económicas (AMAE), a Associação Nacional dos Agricultores da Guiné (ANAG), os Empreendedores Guineenses, os alunos do Liceu Nacional Kwame Nkrumah, os Escuteiros, o grupo cultural Netos de Bandim, a Igreja Adventista e as regiões do país foram representadas por diferentes grupos.

Na segunda parte desfilaram 16 companhias dos três ramos das forças armadas da Guiné-Bissau, nomeadamente Estado-Maior do Exército, regimento dos Comandos, Companhia das Mulheres do Exército, Marinheiros, Fuzileiros Navais, Força Aérea, Primeira e Segunda Companhias da Guarda Nacional, Companhia das Mulheres da Guarda Nacional, Comando da Proteção Civil (Bombeiros Humanitários), Primeira e Segunda Companhias da Polícia da Ordem Pública, Companhia das Mulheres da Polícia da Ordem Pública, Serviço de Migração, Búfalos da Guarda Nacional e dos Para-comandos (as Forças Especiais).    

Os 50 anos da independência do país contaram com as presenças dos Presidentes Dennis Sassou N’Guesso, do Congo Brazzaville, Adama Barrow, da Gâmbia, Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal, Brice Clotaire O. Enguema, do Gabão, o chefe de Estado da União dos Comores e o Presidente em exercício da União Africana (UA), Azaali Assoumani, bem como do chefe de Estado da República Federal da Nigéria e presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Bola Tinubu, Julius Maada Bio, da Serra Leoa, e o vice-presidente de Cuba, Salvador Valdez. 

A nível dos chefes de governos, O Democrata testemunhou as presenças dos primeiros-ministros de Portugal, António Costa, de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, do ministro da Defesa do Chad. Registou-se também a presença do ministro marroquino dos negócios estrangeiros, Nasser Bourita, do chefe da Casa Militar da Presidência da República, General Francisco Pereira Furtado, Moçambique foi representada pela ministra dos combatentes, Josefina Beato Mateus Mpelo e Timor Leste, foi representado pelo seu chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, General Domingos Raul.

Salienta-se que um dos registos marcantes deste evento entre todos os dados ou novidades na comemoração dos 50 anos da independência e dos 59 anos da criação das FARP é a imagem de um militar guineense que ingeriu 20 litros de água, de uma só tomada.

Por: Filomeno Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

Author: O DEMOCRATA

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