A Aliança Koumba Lanta acusa o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de transformar as forças de segurança em “milícias palacianas” para amedrontar os cidadãos na Guiné-Bissau.
Em comunicado com a data de 4 de fevereiro de 2024, assinado pelos líderes do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias da Costa, e da Assembleia do Povo Unido- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU- PDGB), Nuno Gomes Nabiam, a Aliança Koumba Lanta acusa ainda Sissoco Embaló de se acaparar das instituições do Estado para violar “reiteradamente” os direitos fundamentais dos cidadãos no país, considerando “incompreensível e inaceitável” essa atitude em democracia.
Os dois partidos consideram “triste” a tentativa ontem de impedir a realização de um comício popular do PRS na cidade de Bafatá pelas forças de segurança.
“A Aliança Koumba Lanta foi tristemente surpreendida ontem com mais uma tentativa, da autoria do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de intimidar os líderes políticos ao enviar os seus capangas do Ministério do Interior para impedir os militantes do MADEM-G15 de acolher o seu coordenador, senhor Braima Camará, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, em grave violação do direito de manifestação consagrado na Constituição da República, tendo abusivamente detido vários elementos deste partido político, incluindo o deputado da nação, senhor Bamba Banjai” lê-se no comunicado, tendo exigido a libertação imediata e incondicional de todos os detidos “nessa vergonhosa tentativa de amedrontar os cidadãos pelas forças do Ministério do Interior transformadas pelo Presidente da República em milícias palacianas”.
Por fim, a Aliança Koumba Lanta apela ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para “pôr fim imediato a essas atrocidades da sua camuflada autoria”, consubstanciado em “sinais evidentes de ditadura”, a qual o povo guineense jamais aceitará e se mobilizará fortemente para combatê-la sem tréguas.
“A Aliança Koumba Lanta apela ao povo da Guiné-Bissau para se manter confiante e sereno, porque não haverá recuo nas suas conquistas democráticas por forças milicianas de nenhum ditador” concluiu a nota.
Refira-se que ontem, sábado, os dirigentes do MADEM-G15 que se encontravam no aeroporto internacional Osvaldo Vieira quando Braima Camará chegou a Bissau, foram detidos pelas Forças da Segurança e levados para a segunda esquadra em Bissau, entre os quais o deputado eleito na lista do MADEM-G15, Bamba Banjai.
Horas depois das suas detenções, os 12 dirigentes do MADEM-G15 foram postos em liberdade.
Por: Tiago Seide
