AS MULHERES CONTINUAM A SER VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA – Instituto da Mulher e Criança

A presidente do Instituto da Mulher e Criança (IMC), Edneusa Lopes da Cruz, afirmou que as mulheres continuam a ser vítimas de violência e pediu que medidas sejam tomadas para acabar com a violência contra as mulheres, por representarem cinquenta porcento da população guineense.

Edneusa Lopes da Cruz fez essa afirmação esta terça-feira, 19 de março do ano 2024, durante o djumbai com as mulheres de diferentes partidos políticos sob o lema: “investir nas mulheres, acelerar o progresso”, tendo afirmado que é sobre elas que recai todo o tipo de violência diariamente, apesar da existência de vários instrumentos de proteção.

Segundo a ativista, a situação social, económica e política das mulheres continua a degradar-se sistematicamente em decorrência da ausência de ações afirmativas profícuas capazes de encurtar a distância que separa os homens das mulheres, sobretudo na tomada de decisões.

“A problemática dos direitos humanos das mulheres e a sua representatividade na esfera de decisão, bem como as preocupações e opiniões  das mulheres raramente são colocadas na agenda política dos partidos políticos e das autoridades nacionais, nos sucessivos processos eleitorais”, criticou e disse que ainda se assiste a práticas de violência, nomeadamente o não cumprimento da quota mínima que estipula trinta e seis porcento, o casamento precoce infantil, a mutilação genital feminina, entre outras violações dos direitos humanos fundamentais.

Esclareceu que o evento se enquadra na quinzena da mulher e visa refletir sobre a situação das mulheres, que têm lutado para atingir os lugares de tomada de decisões juntamente com os homens, sustentando que as mulheres têm a esperança de que vão conseguir alcançar os lugares de tomada de decisões a partir dos 36%.

Defendeu que é preciso sensibilizar a sociedade em geral, sobretudo os homens, de que as mulheres são capazes e conseguem dar resultados nos diferentes lugares de destaque, apelando às mulheres a empenharem-se e não esperar para serem promovidas, mas sim conquistarem os seus lugares pelo seu próprio mérito. 

Por sua vez, a presidente da Rede Nacional de Luta contra Violência Baseada no Género e na Criança na Guiné-Bissau (RENLUV-GC/GB), Aissatu Camará Indjai, enfatizou que o djumbai foi pensado como forma de reflexão sobre a situação das mulheres nos diferentes partidos políticos para refletirem na estratégia para as eleições que se avizinham.

Lamentou que a lei de paridade careça de alternância de sexo para as listas de candidaturas para cargos eleitos e de nomeações, porque “os instrumentos da igualdade de género não faltam”.

“A pergunta que se não quer calar é: porquê que é que ainda persiste a desigualdade, sobretudo a inclusão feminina nas esferas de tomada de decisões?”, indicou, para de seguida desafiar as mulheres a dedicarem-se à vida política, analisando os ganhos e retrocessos das mulheres no processo político.

A coordenadora Nacional das mulheres do MADEM-G15 (MUADEM), Anita Djaló Sane, referiu que o djumbaiserviu como troca de experiências entre as mulheres dos diferentes partidos políticos, porque “queremos que elas consigam lugares de destaque a partir dos seus próprios méritos”

“Durante as campanhas políticas, as mulheres labutam muito, mas quando chega o momento de ocupar os lugares de decisões, os homens excluem-nas”, criticou e disse que o que acontece internamente nos partidos afeta diretamente as mulheres, como sendo a camada mais vulnerável.

“Apelou aos atores envolvidos nesse processo a usarem o diálogo como um instrumento de construção da democracia, deixando de lado o orgulho e ter o espírito de reconhecimento e de perdão”, frisou.

Por: Noemi Nhanguan

Foto: N.N

Author: O DEMOCRATA

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