O primeiro-ministro Rui Duarte Barros afirmou que o executivo cortou as subvenções a alimentos, incluindo o arroz, para conseguir acordos com os parceiros internacionais e ter mais apoios para desenvolver o país e investir na agricultura.
“O governo anterior tinha subvencionado o preço de arroz. Por exemplo, se comparasse um saco a 20 mil francos CFA, significa que terá que vendê-lo a 16 mil ao consumidor final, mas quem paga a diferença é o governo. Se o governo não tem dinheiro, tem que recorrer aos bancos para se endividar”, assinalou.
O primeiro-ministro falava esta segunda-feira, 06 de maio de 2024, no lançamento oficial das obras de reabilitação da estrada que liga Safim à secção de Jugudul, setor de Mansoa, que contarão com a participação das Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Segundo o chefe do executivo, perante esta situação, o governo tinha apenas duas opções: continuar a endividar-se para subvencionar o preço de arroz ou assinar acordos com os parceiros para comprar tratores e máquinas para aumentar a produção interna.
“Escolhemos a segunda opção. A última subvenção custou ao governo cerca de 4 biliões de francos CFA que foi endividar-se aos bancos e que poderiam ter sido aplicados na agricultura para desenvolver o país”, insistiu e disse que “cortamos a subvenção, temos acordos com os nossos parceiros internacionais para que possamos ter mais ajudas e desenvolver o nosso país”.
Questionado sobre a evolução do processo de comercialização e exportação da castanha de cajú, Rui Duarte Barros lembrou que o executivo adotou “medidas importantes” no início da campanha e que que neste momento, o produto está a ser comprado a um preço razoável ao produtor que todos pretendiam, defendendo que o importante é que os produtores ganhem dinheiro.
Rui Duarte Barros anunciou que neste momento o produto está a ser comprado ao produtor em algumas zonas do país a quatrocentos e trinta francos CFA por quilograma, no território nacional, e na fronteira com o Senegal a seiscentos e vinte francos CFA, razão pela qual aconselhou a população a estar vigilante a todas as tentativas de fracassar a campanha.
“Significa que todos aqueles que desafiaram as medidas do governo e foram abrir empresas fora do território nacional não têm mais o acesso à castanha. Isto revela que há uma evolução na compra da castanha de cajú e o desejo do governo é que as coisas continuem a evoluir ainda mais”, afirmou e disse que o desenvolvimento que se quer dependerá da estabilidade do país.
“Temos que evitar a desinformação, porque só vai ajudar a piorar a situação. O governo não eliminou as subvenções de alimentos para pagar subsídios, não. Essas desinformações não ajudam. O governo estava sim, a endividar o país “, afirmou.
Relativamente às obras de reabilitação da estrada, o chefe do executivo realçou que é com satisfação e honra que recebe informações da participação dos elementos das Forças Armadas na construção do troço que liga Safim à secção de Jugudul.
“Para nós, é uma grande honra ter a contribuição das nossas Forças Armadas na vida civil. Temos conhecimento da sua capacidade, razão pela qual solicitamos a sua colaboração para minimizar o sofrimento das nossas populações. Apenas é a primeira fase, mas o governo está satisfeito com a disponibilidade do Estado Maior General das Forças Armadas no processo de reabilitação desta estrada. No momento da paz, os militares devem apoiar iniciativas como esta e temos que ter orgulho disso, o papel que está a desempenhar neste momento decisivo do país”, enfatizou.
Rui Duarte Barros reconheceu que a Guiné-Bissau está a enfrentar muitos problemas, uma situação muito difícil associada à escassez de recursos, mas cada um à sua medida pode ajudar a resolver esses problemas e melhorar o quadro da situação social, política e económica do país.
Disse que essa iniciativa das Forças Armadas de trabalhar de mãos dadas com o governo pode ajudar a mudar a imagem da Guiné-Bissau e mostrar ao mundo que as Forças Armadas podem contribuir no processo de desenvolvimento, não apenas construir uma imagem negativa.
O primeiro-ministro pediu o empenho e a determinação de todos e mostrar ao mundo que os militares são capazes de fazer um trabalho melhor que qualquer outra empresa especializada nesta matéria, porque” estão a fazer um trabalho para o seu povo e que um dia podem beneficiar do seu trabalho”, lembrando que as obras de reconstrução da estrada Safim Jugudul têm apoio do governo.
Por: Carolina Djemé/ Filomeno Sambú



















