O Governo da Guiné-Bissau, através do ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, realiza de 6 a 9 de maio de 2024, a primeira edição do diálogo nacional sobre a problemática da sustentabilidade do ambiente.
O evento que decorre sob o lema “Juntos pelo Ambiente Construindo Pontes para a Sustentabilidade”, conta com a participação de centenas de pessoas, entre as quais técnicos especialistas, ativistas das organizações não governamentais ligadas a preservação do ambiente e líderes comunitários das diferentes regiões do país.
A iniciativa apoiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, visa trabalhar em conjunto na preservação ambiental e à construção de um futuro sustentável para a Guiné-Bissau. Durante os quatro dias de trabalho, os participantes discutirão e analisarâo os diferentes temas apresentados pelos especialistas sobre o ambiente, a biodiversidade e as mudanças climáticas com o intuito de delinear estratégias e construir pontes para uma gestão racional dos recursos naturais e do ambiente.
“O NOSSO COMPROMISSO COM A EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS É INEGOCIÁVEL” – SISSOCO

Presidindo a cerimónia de abertura do diálogo nacional sobre ambiente, o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló disse que nenhum modelo de desenvolvimento económico e social pode ser sustentável se não tiver uma verdadeira sustentabilidade ambiental, afirmando que a gestão dos resíduos e a degradação de solos, a perda da biodiversidade e as alterações climáticas são desafios globais que exigem respostas locais e exigem igualmente ação imediata.
“Não se pode continuar a adiar ações concretas eficazes para enfrentar situações conhecidas que se sabe são muito preocupantes. O nosso compromisso com a exploração sustentável dos recursos naturais é inegociável, porque são recursos vitais para o desenvolvimento do nosso país e para o bem-estar das nossas comunidades”, assegurou o chefe de Estado, acrescentando que a gestão destes recursos tem que ser feita de maneira responsável e só assim é que se pode garantir que a próxima geração de guineenses beneficiará destes bens que são fruto dos ecossistemas devidamente protegidos.
Realçou os trabalhos feitos pelos ativistas ambientais e organizações não governamentais, que, no seu entendimento, continuam a fazer bom trabalho social e cientifico no quadro da proteção ambiental dos nossos ecossistemas.
O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Luís Soares Cassamá disse na sua intervenção que está ciente dos desafios que o país enfrenta no que concerne às alterações climáticas. Segundo as suas explicações, esses desafios ameaçam a estabilidade do ecossistema, a perda da biodiversidade, a degradação das terras e a crescente preocupação com a gestão dos resíduos. Acrescentou que estas questões exigem a atenção imediata e ação concertada de todos.
“Este diálogo nacional é um espaço de auscultação e colaboração, onde todos os intervenientes têm a oportunidade de contribuir com as suas ideias, experiências e conhecimentos. É o momento de ouvirmos as vozes da comunidade científica, dos líderes comunitários, das organizações não governamentais, do setor privado e de todos os cidadãos preocupados com o futuro do nosso país e do nosso planeta”, disse o governante, afirmando que o encontro vai além das discussões e que visa efetivamente resultar em ações tangíveis.
Cassamá assegurou que um dos resultados fundamentais que se almeja é o de acolher subsídios com fito da futura integração da dimensão ambiental de forma integral nas políticas públicas.
“É programas, planos e legislação dos setores diretamente relacionados ao ambiente. É necessário que a proteção ambiental seja um pilar central em todas as decisões que tomamos, em todos os projetos que implementamos e em todas as legislações que promulgamos, passíveis de lesar o ambiente”, enfatizou.
Neste contexto, Cassamá comprometeu-se enquanto ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, a trabalhar incansavelmente para garantir que as conclusões e recomendações deste diálogo sejam transformadas em ações concretas.
“Prometo colaborar estreitamente com todos os setores da sociedade e com outros pelouros do governo para implementar políticas e programas que promovam a sustentabilidade ambiental e o bem-estar de todos os guineenses”, disse.
Para a representante residente do PNUD, Alessandra Casazza, os ecossistemas e a rica biodiversidade existente na Guine Bissau, interpelam todos na qualidade de atores sociais a contribuir na sua proteção, promoção e salvaguarda. Acrescentou que é a única forma de garantir uma relação harmoniosa e sustentável entre as comunidades e o ambiente que as rodeia.
Exortou todos os participantes a contribuírem de forma construtiva, partilhando conhecimentos, experiências e melhores práticas, tendo assegurado que este é o momento de unir esforços, de colaborar e de assumir um compromisso coletivo com o futuro do planeta e das gerações vindouras.
“O PNUD reitera o seu compromisso em apoiar os esforços da Guiné-Bissau a enfrentar os desafios ambientais, fortalecer as capacidades institucionais e promover o desenvolvimento humano sustentável.
Estamos aqui para colaborar, facilitar e catalisar os investimentos, em direção a um futuro mais verde, mais justo e mais próspero”, contou.
Por: Assana Sambú



















