Invasão às instalações : EMPRESA “GMG INTERNACIONAL” REVELOU QUE SOFREU PREJUÍZO DE MILHÕES DE DÓLARES COM O INCÊNDIO DAS MÁQUINAS  

A administração da empresa GMG Internacional, S.A., revelou esta quarta-feira, 14 de maio de 2025, que o incêndio provocado pela comunidade local, que invadiu as suas instalações em protesto contra a exploração da mina de areia pesada, causou um prejuízo estimado em seis milhões de dólares norte-americanos, aproximadamente três mil e quinhentos milhões de francos CFA, mas salvaguarda o diálogo com a comunidade local e o governo, de formas a chegar ao entendimento que permita retormar os trabalhos.

A GMG Internacional (FZC), S.A., detentora de licença para a exploração de areias pesadas no Bloco 12, situado em Nhiquim, na secção de Suzana, no setor de São Domingos, Região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, fez estas revelações durante uma conferência de imprensa realizada esta manhã numa das unidades hoteleiras da capital Bissau, para manifestar a sua profunda preocupação e consternação relativamente ao incêndio ocorrido nas suas instalações a 18 de abril deste ano, que resultou em enormes prejuízos para a empresa.

Segundo um comunicado da empresa, lido pelo seu administrador, Raimundo Joaquim Tonha, o incidente, provocado por um grupo de mulheres e homens, além da presença de pessoas desconhecidas daquela comunidade, que notaram o ato naquele dia, resultou em significativos prejuízos materiais e económicos, afetando não apenas as suas operações, mas também a segurança e o bem-estar da sua equipa.

“Trata-se de um acontecimento lamentável que não reflete o espírito de colaboração que sempre procuramos estabelecer com a população da secção de Suzana, em particular com as tabancas próximas à zona de exploração em Nhiquim”, pode ler-se na nota. Na mesma, a empresa sublinha que a sua presença na Guiné-Bissau para a exploração da mina de areia pesada de Varela resulta de um acordo oficial com o Governo da Guiné-Bissau, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do país e, em especial, daquela região, através da criação de benefícios mútuos.

“Desde o início das nossas atividades, temos enfrentado diversos episódios de hostilidade, como ataques, ameaças e atos de sabotagem por parte de membros da comunidade, o que lamentamos profundamente, pois prejudica diretamente o nosso trabalho e o progresso que pretendemos alcançar em conjunto”, lamenta a empresa no seu comunicado.

Raimundo Joaquim Tonha reafirmou na sua comunicação o compromisso da empresa com a escuta ativa e o diálogo permanente com a comunidade local, afirmando que “estamos dispostos a colaborar e encontrar soluções que promovam o bem-estar de todos, porque acreditamos que, com o envolvimento e esforço conjunto de todos os filhos e amigos da secção de Suzana, é possível impulsionar não só o desenvolvimento da secção e da região de Cacheu, mas também do país em geral”.

Relativamente às acusações feitas à empresa GMG Internacional de que estaria a operar ilegalmente, sem realizar estudos de impacto ambiental, e que estaria a abrir buracos em que lagartos crescem e matam vacas, pessoas e cabras, e aindaa contaminação da água no lençol freático, causando danos nas bolanhas utilizadas para a agricultura, Raimundo Joaquim Tonha explicou que todas as acusações não correspondem à verdade. A GMG Internacional está no país desde 2022, onde obteve autorização para fazer prospeção de depósitos mineiros e, após descobertas, avançou com um pedido de pesquisa para exploração mineira, recebendo a devida licença do estado. No entanto, não foi possível desenvolver a sua atividade devido às hostilidades da população daquela zona de exploração.

Presente na conferência de imprensa, o australiano Peter Zhog, sócio maioritário da GMG Internacional, afirmou que, antes de iniciarem os trabalhos, realizaram uma reunião com a comunidade local, incluindo o governo, tendo lembrado que assim que finalizaram todos os aspetos com o Estado guineense, iniciaram a movimentação dos materiais para o local de exploração, demonstrando a sua disponibilidade para ajudar a comunidade local com furos de água e outras ações sociais, no âmbito dos compromissos sociais assumidos.

Explicou, neste particular, que a empresa já tomou várias iniciativas a pedido da comunidade local, desde a limpeza da mata com as suas máquinas para a cerimónia de fanado até a melhoria de troços locais em 2022, investindo milhões de dólares, assim como o apoio a hospitais locais com medicamentos.

Lembrou que ofereceram medicamentos à comunidade que vive próxima da localização da mina de areia pesada, mas esta recusou recebê-los, acrescentou que após várias tentativas de entrega a comunidade continuava a recusar os medicamentos, decidiram oferecer aqueles medicamentos para os centros de saúde das cidades de São Domingos e a aldeias da secção de Suzana.

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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