Greve no setor de saúde: HOSPITAL NACIONAL SIMÃO MENDES PRATICAMENTE DESERTO SEM A CIRCULAÇÃO DE PACIENTES 

‎O maior centro hospitalar do país, Hospital Nacional Simão Mendes, está totalmente deserto em termos de circulação de pacientes e acompanhantes que procuram os seus serviços, devido à greve de 7 dias convocada pela Frente Social, que congrega os Sindicatos de Saúde e Educação, com início a partir desta quarta-feira, 15 de maio de 2025,  e deverá prolongar-se até ao dia 23 do mês em curso.

‎Hospital Nacional Simão Mendes está a funcionar apenas  com serviços mínimos em cada setor que compõe aquela instituição sanitária de referência e tem atendido apenas os doentes em estado crítico, como também os pacientes internados no hospital antes do início da paralisação.

Os  doentes com problemas menos graves que cheguem às instalações não são atendidos pelos técnicos que estão a assegurar os serviços mínimos e como alternativa, abandonam o centro  para procurar outras instituições de saúde, sobretudo clínicas para que possam ser atendidos.

‎Instado a pronunciar-se  sobre a greve decretada pela Frente Social, um dos pacientes  aflito que pediu anonimato, apelou ao governo liderado por Rui Duarte Barros para se sentar à mesa com os sindicatos para ultrapassar a greve em curso, porque” quem paga as consequências da greve são os vulneráveis que não têm meios económicos para fazer tratamento nas clínicas privadas que custam muito dinheiro”. 

Defendeu que o governo deve priorizar a saúde, enquanto serviço fundamental para a população, dizendo a verdade aos sindicatos sobre a situação real em termos financeiros,  cumprir o caderno reivindicativo da classe trabalhadora do setor da saúde e educação.

‎O Democrata falou também com uma das enfermeiras que está a trabalhar no Serviço da Urgências, cumprindo o serviço mínimo. Antcha Bonifácio Indeque disse que o número de técnicos que está  a assegurar os serviços mínimos no Hospital Nacional Simão Mendes, não pode fazer face às necessidades dos doentes que procuram os serviços e muito menos aqueles internados, devido a insuficiência  de técnicos.

“O mais grave de tudo isso é que trabalhamos fora do normal. Redobramos  esforços para que possamos satisfazer as necessidades dos pacientes e isso  poderá no futuro criar problemas aos técnicos”, alertou. 

Acrescentou que o executivo deve fazer esforços para chegar a um consenso com os sindicatos e ultrapassar os problemas  das greves na saúde e na educação, porque” os técnicos que estão a trabalhar não conseguem estar bem psicologicamente, quando veem pacientes a sofrerem, sem, no entanto, poder ajudar, por causa da greve.

Segundo disse, quando  voltam para casa levam muita stress que depois acabam por contaminar toda a família. 

‎”Aqui no Hospital Nacional Simão Mendes, não temos psicólogos que podem analisar um funcionário quando se depara com problemas de stress. Trabalhar nessas condições  é preocupante e a única maneira é pedir ao governo para negociar com sindicatos para acabar com a greve”,  sublinhou.

‎Por sua vez, o Presidente do Sindicato de Base dos Funcionários do Hospital Nacional Simão Mendes, IburaimeSambú, disse que a situação que se verifica no Hospital Nacional Simão Mendes, com o início da greve convocada pela Frente Social é péssima, por estarem  a atender apenas  casos graves e urgentes, através de serviços mínimos instalados em todos os serviços do Hospital, em  cumprimento da lei de greve.

‎”O Hospital Nacional Simão Mendes é o maior centro hospitalar do país e recebe todos os doentes transferidos de diferentes hospitais a nível de território nacional, mas com a greve tornou-se complicado não só para os doentes, mas também para os trabalhadores, que não estão a conseguir fazer o seus trabalho de salvar vidas humanas. Com essa situação de greve, haverá perdas de vidas humanas que podiam ser evitadas ou salvas “, lamentou.

‎O responsável do Sindicato de Base informou que as exigências constantes do caderno reivindicativo são problemas que os funcionários têm reclamado, sobretudo novos ingressos que são a  maioria e que asseguram os serviços do Hospital.

“É certo que não podem  ficar 16 meses sem receber  salários e  algumas pessoas estão a fazer festa com dinheiro do Estado, sacrificando outros profissionais. Não é normal”, reclamou.

‎O repórter do Jornal O Democrata, visitou as  instalações do Hospital Militar Principal que estava  superlotado no período de manhã, devido à greve que está ser observada nos hospitais públicos, obrigando os técnicos do Hospital Militar Principal a redobrarem esforços para que possam atender os pacientes que foram procurar os seus serviços. 

A tendência é que a situação piore nas próximas horas ou nos próximos dias da greve, se as partes não sentarem à mesa para encontrar soluções plausíveis.

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‎Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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