A direção superior do Partido da Renovação Social liderado por Fernando Dias da Costa acusou o atual Secretário de Estado da Ordem Pública do governo de iniciativa presidencial de ser um homem movido de “muita impreparação”, de ter agido como “uma criança, promovendo iniciativas, produzindo pensamentos e atitudes infantis”, desde que assumiu as funções.
Fernando Dias falava na sexta-feira, 16 de maio de 2025, na localidade de Djol, setor de Cacheu, em reação às declarações de José Carlos Macedo Monteiro, que o teria acusado de viajar para a França com um bilhete pago por um empresário.
O líder do PRS e a sua comitiva deslocaram-se a Djol para participar na cerimónia de homenagem a um dos músicos tradicionais do país.
O presidente da direção superior do PRS disse que José Carlos Monteiro Macedo “ é um bajulador que vai ao Palácio da República e diz tudo e mais alguma coisa dos adversários políticos para Umaro Sissoco Embaló para ganhar alguma contrapartida”.
Admitiu que o pior erro que Umaro Sissoco Embaló cometeu no exercício do poder foi tê-lo nomeado Secretário de Estado da Ordem Pública, “um homem que tem apenas 4ª classe de escolaridade”.
O líder do PRS disse que a última reclamação do Secretário de Estado da Ordem Pública contra Umaro Sissoco Embaló foi fatal, porque nem um inimigo do chefe de Estado faria tais declarações, mas fê-lo inconscientemente e porque também” é um ser movido de muita impreparação, de falta de sigilo de Estado e de conhecimento da administração pública”.
De forma irónica, Fernando Dias da Costa disse que irá, em tempo oportuno, responder “ os marmiteiros do PRS”, que acusou de introduzirem, pela primeira vez, “ a impugnação” no partido, quando Kumba Ialá ganhou um dos congressos do partido.
“Não tem uma preparação política, nem académica. É um bajulador e uma das suas potências é fazer claques contra os adversários. Aliás, é o que tem feito e até contra o próprio Umaro Sissoco Embaló e Kumba Ialá. A política é uma ciência onde se definem as estratégias para conquistar a opinião pública, não para reprimir a opinião pública para conquistar espaços políticos, não”, acusou e desafiou José Carlos Monteiro Macedo a solicitar ao empresário a publicar a cópia do bilhete de viagem que teria pago.
Relativamente à deslocação do partido a Paris, França, Fernando Dias lembrou que o partido (a ala da direção superior que lidera) faz parte de uma organização maior – a Aliança Patriótica Inclusiva, Cabaz Garandi e no âmbito dessa coligação, os dirigentes do PRS podem deslocar-se para onde quiserem e encontrarem-se ou reunirem-se com quem querem reunir.
“Foi nesse quadro que os nossos irmãos da PAI Terra-Ranka solicitaram-nos para um encontro fora do país para discutirmos os assuntos do país. A ascensão de Umaro Sissoco Embaló ao poder foi negociada e assinada em Dakar, Senegal. O falecido Alberto Mbunhe Nambeia, Nuno Gomes Nabian, Braima Camará, Soares Sambú e Jorge Malú foram os protagonistas dessa estratégia. Na altura, ninguém alegou que era um golpe de Estado. Disseram que foram procurar estratégias políticas para o combate eleitoral e democrático”, disse.
Fernando Dia afirmou que não foi ensinado a chegar ao poder por vias antidemocráticas e lembrou que o líder fundador do partido, Kumba Ialá, chegou ao poder por meio de uma eleição, o que lhe deu o estatuto de um dos Presidentes com maior carisma e ganhou as eleições, que concorreu, com 72% de votos expressos nas urnas e “quero acreditar que ninguém jamais alcançará esse feito político”.
“Ensinou-nos a seguir a legalidade em tudo o que fazemos, tanto na luta pelo poder como na administração do poder”, enfatizou.
Por: Filomeno Sambú
