Dia mundial do Pé Torto:  CENTRO DE REABILITAÇÃO MOTORA DE QUELELÉ CLAMA POR AJUDA DAS AUTORIDADES

O Diretor do Centro de Reabilitação Motora, João Kennedy de Pina Araújo, revelou esta terça-feira, 03 de junho de 2025, que o Centro de Reabilitação Motora de Quelelé está a enfrentar enormes dificuldades em termos de materiais para fazer face às demandas dos utentes que procuram os serviços daquela instituição de saúde pública e clamou por ajuda das autoridades e parceiros internacionais.

Segundo João Kennedy de Pina Araújo, os materiais que o centro tem neste momento em alguns dos seus departamentos “são obsoletos”.

João Kennedy de Pina Araújo falava aos jornalistas por ocasião das celebrações do Dia Mundial do Pé Torto, sob o lema: “Pé torto pudi tratado ku metodu ponseti.”

O Dia Mundial do Pé Torto foi organizado no país pela direção do centro, através do programa Miraclefeet de tratamento gratuito de crianças nascidas com pé torto, no qual alertou que a Guiné-Bissau é um país que não produz nada, apenas consome. 

“Todos os materiais em uso neste centro vieram da Europa e da China”, frisou e disse que devido a várias dificuldades que enfrentam são obrigados a adaptarem e a trabalharem com meios que têm à disposição, lembrando que a nível de próteses, o centro não tem problema, apenas ao nível da fisioterapia é que os materiais são obsoletos.

“O centro recebe diariamente entre 40 a 60 pessoas, entre adultos e crianças que procuram os nossos serviços para tratamento.  Temos dificuldades de materiais e é preciso equipar o centro para que os técnicos possam realizar o seu trabalho cabalmente. Dentro da política nacional do desenvolvimento da saúde, a reabilitação motora não está contemplada. É um grave erro e isso tem dificultado o nosso trabalho. Sempre nos colocaram no último plano naquilo que é a prioridade para o setor de saúde”, sublinhou.

Sobre o tratamento das crianças que nascem com pés tortos, João Kennedy de Pina Araújo disse que todas as crianças que nasceram com pés tortos, são tratadas de forma gratuita e que a maior dificuldade neste processo tem a ver com acessibilidade aos serviços que estão disponíveis no centro para as pessoas, sobretudo aquelas que saem do interior, devido vários constrangimentos nomeadamente chuva e degradação das estradas.

Presidindo a cerimónia do Dia Mundial de Pé Torto, a Secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Maimuna Baldé, afirmou que o pé torto congénito é uma malformação que, quando não é tratada atempadamente, pode comprometer seriamente a mobilidade e a qualidade de vida das crianças.

Acrescentou que, de acordo com dados, a cifra da doença é de 85 crianças por ano na Guiné-Bissau de maneira que aqueles dados preocupam o governo, porque “são filhos de guineenses que estão a sofrer com a doença”.

A governante assegurou que graças aos avanços da medicina e ao empenho das equipas clínicas, especialmente nas áreas de ortopedia pediátrica e fisioterapia, hoje é possível garantir que a esmagadora maioria das crianças tenha um desenvolvimento normal e saudável.

Baldé afirmou, neste particular, que o Dia Mundial de pé torto congénito é uma oportunidade para lembrar que a saúde começa nos primeiros passos, por isso “nenhuma criança deve ficar para trás por falta de diagnóstico, tratamento ou de acompanhamento adequado”.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Author: O DEMOCRATA

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