Apesar do decreto do governo que determinou ontem, quinta-feira, 05 de junho de 2025, que hoje, sexta-feira 06 de junho, seria o dia de dispensa de serviço aos funcionários públicos e decretou feriado nacional para amanhã, sábado, 07 de junho, por ocasião da festa de Tabaski, uma parte da comunidade muçulmana da Guiné-Bissau cumpriu a reza do Tabaski esta sexta-feira, em todo o território nacional.
O espaço ao largo da Câmara Municipal de Bissau acolheu a presença de alguns membros do governo, dirigentes políticos e outras individualidades estrangeiras residentes no país.
Após a reza do Tabaski, o segundo Imame da mesquita Central de Amedalhai, Mame Indjai, agradeceu a Deus pela bondade, como também lembrou aos fiéis muçulmanos que não existe nada para adorar neste mundo a não ser Deus.
“Todos os fiéis muçulmanos devem seguir os mandamentos e os ensinamentos do profeta Mohamed, porque apenas a partir dele é possível alcançar a bondade de Deus”, disse.
Por sua vez, em representação do Presidente da República, o ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, disse que não há razões para os fiéis muçulmanos e os guineenses fomentarem divisões entre eles e disse condenar quem quiser dividir o povo guineense.
Para Botche Candé, a única coisa que pode ajudar o país a caminhar para frente é o perdão e a união e que os guineenses devem perdoarem-se, caso contrário será difícil trilhar para o desenvolvimento que se almeja.
“É impossível pensar que podemos viver todo o tempo sem que haja problemas no nosso meio, mas o mais importante é criar condições e a capacidade para dialogarmos uns com os outros e ultrapassar os diferendos existentes no nosso meio, perdoando uns aos outros para vivermos em harmonia e tranquilidade”, sublinhou.

O governante informou que o Presidente da República tem como papel juntar todos os guineenses, sem, no entanto, fazer diferença, enquanto responsável máximo de todos os guineenses.
“A divisão que se regista no seio dos muçulmanos em termos de dias da reza é normal. Os que estão a fazê-lo hoje podem fazer e quem quiser rezar amanhã, podem realizar sem problemas”, disse em alusão às divergências que os muçulmanos têm tido sobre o dia de reza.
A comunidade muçulmana guineense tem-se mostrado profundamente dividida sobre o dia da festa do Tabaski, sendo que alguns afirmam que será na sexta-feira e outros alegam que será no sábado.
Líderes de duas organizações representativas da comunidade islâmica guineense, imame Ali Ibrahim Bodjan, da Comissão Nacional de Observação Lunar, e imame Aliu Coté, da União Nacional de Imames da Guiné-Bissau, deram na quarta-feira conferências de imprensa separadas, em Bissau, com posições antagónicas sobre o dia da reza.
A reza é o momento alto das festividades de Tabaski, em que um muçulmano adulto com possibilidades deve sacrificar um carneiro e dividir a carne com os familiares, amigos e vizinhos.
De salientar que a festa de Tabaski, também conhecida por Eid-Ul-Adha, ocorre após a peregrinação dos muçulmanos a cidade santa de Meca, na Arábia Saudita, e serve para lembrar o momento em que o profeta Abraão tentou sacrificar o seu único filho a pedido de Deus, mas este acabou por o impedir, colocando um carneiro no lugar do sacrifício.
Por: Aguinaldo Ampa



















