“BAIXA PRESSÃO FISCAL DA GUINÉ-BISSAU DEVE-SE À  CONJUNTURA ECONÓMICA MUNDIAL” – diz o economista 

O economista guineense, Afonso Gomes, afirmou que  a baixa pressão fiscal do  crédito  da convergência da União Económica Monetária Oeste Africana( UEMOA) deve-se à  conjuntura  económica mundial.

Em entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata , na qual falou sobre o resumo do Banco Mundial relativamente  a queda de pressão fiscal do país no espaço UEMOA,  Afonso Gomes frisou que o não  funcionamento estável  da máquina fiscal cria limitações ao processo e à pressão fiscal.

O economista defendeu que é preciso criar condições para alargar o  nível de fiscalidade  do país e alterar bases para atingir mais pessoas, empresas  e instituições para pagarem o imposto.

Para o efeito,  apontou que é necessário preparar as máquinas fiscais do país  para estarem  bem preparadas a fim de detetarem e executarem a política fiscal do país.

“Faz-se atividades  em todo território  nacional, mas devido às limitações da fiscalização  não se  consegue  fazer toda a cobertura  para saber quem pagou o imposto ou  não. Porque a máquina fiscal que  deveria fazer o trabalho não se encontra na sua plenitude”, disse, embora  não  a considerou como o único problema, afirmando que os guineenses não estão habituados a pagarem impostos.

“Mas isso  também tem a ver com o uso de impostos  pagos”, esclareceu.

Afirmou que os impostos deveriam ser usados nas políticas públicas e criar  vínculo entre as partes, contudo, considerou que  o não pagamento  de impostos resulta  na não utilização dos impostos nas políticas públicas.

“Por que é que as pessoas pagam  fundo rodoviário, mas as estradas continuam  esburacadas? É uma política que não incentiva. É preciso alargar a base  tributária para a fiscalização, sem aumentar taxas dos impostos.Até porque o país não está em condições de aumentar impostos “, alertou, para de seguida afirmar que a economia não é mecânica é uma ciência social, razão pela qual precisa de trabalhos com incentivos e criar estruturas com base no desenvolvimento e que permitirão   entrar em competição com os outros países.

“Na Guiné-Bissau,  existem  empresas nos diferentes  setores  que não pagam impostos, devido  às dificuldades financeiras da máquina fiscal,  sendo responsável   para fiscalizar e o país precisa de trabalhar neste aspeto “, indicou.

Segundo o economista, é preciso  sensibilizar a  sociedade sobre o  pagamento de impostos, mostrando as vantagens, esclarecendo as pessoas que  os impostos são implementados nas políticas públicas e  na prestação dos serviços mínimos do nosso dia a dia, por isso devem ser implementados com ações de qualidade, pois essas exigências podem ajudar a  incentivar a   população a pagar, porque a “atualização da   máquina fiscal refere-se na formação  de qualidade dos técnicos,  equipamentos de trabalho e  na sensibilização da sociedade”.

Quanto às dívidas públicas federais( DPF), disse acreditar que  é benéfico para o país,  alegando que através dela” podemos atualizar a máquina fiscal”  e “farão com que  as  finanças públicas atinjam  todo o território nacional, o que facilitará o seu trabalho. Além  disso, podem ser implementadas para o desenvolvimento de outros setores  em benéfico da sociedade”. 

Afonso Gomes disse que o problema não está em contrair DPF,  mas sim na sua implementação, uma vez que elas  serão usadas para capacitação da população.

“Significa que  o país já está a dar um salto positivo para  futuro, porque servirá para transformar a economia social”, afirmou e   sugeriu  para apostar na formação  de qualidade para os jovens e fazer uma  produção de  qualidade no futuro.

O economista assegurou que o Imposto de Valor Acumulado (IVA) é cego, surdo e mudo. É um  imposto de consumo pago durante a compra e substitui IGV, o que o levou a considerar que  o IVA é um imposto com características da justiça social.

“É preciso criar condições para que o  consumidor  tenha certeza que o seu imposto vai chegar ao tesouro público”, defendeu, para de seguida 

Admitir que a implementação do IVA “é de estrema importância”,  justificando que  a sua implementação precisa de um projeto sério.

Por: Jacimira Segunda Sia

Author: O DEMOCRATA

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