Opinião: IMPACTO DA EDUCAÇÃO E INVESTIMENTO ECONÓMICO PARA COMBATER O TERRORISMO EM XINJIANG: UM EXEMPLO A SEGUIR PELA ÁFRICA  

A província de Xinjjang, no noroeste da China, foi nas últimas décadas, o epicentro de tensões étnicas e sociais, palco de ataques brutais de terrorismo cujos alvos foram populações inocentes e instituições públicas. Estas cenas de violência acabaram por semear terror e medo entre os habitantes locais. 

A diversidade cultural e religiosa da região, habitada maioritariamente pelo povo uigure, foi ofuscada por ações de extremismo violento, muitas vezes apoiadas e amplificadas pelos media ocidentais. Foram décadas de confrontos sangrentos entre as forças de segurança chinesas e os grupos terroristas que, através de propaganda ocidental, disseminaram ódio e extremismo na região, deixando milhares de mortos e feridos. Os terroristas, como é habitual, esconderam-se atrás da religião e de falsos pretextos étnicos, apresentando-se como vítimas para fomentar as divisões sociais e religiosas.  

Em Xinjiang, tentou-se instrumentalizar a minoria uigurepara desestabilizar a província e o país em geral, mas o governo chinês respondeu com inteligência, salvando a população local desta ameaça, através de investimentos massivos em educação, desenvolvimento económico e promoção cultural. O Governo decidiu ainda garantir a liberdade religiosa e cultural, sempre dentro do quadro legal da República Popular da China.  

Tive a oportunidade de visitar Xinjiang, percorrendo as três principais cidades: Urumqi (a capital), Kashgar e Karamay. Em Urumqi, no Museu Nacional, ouvi os relatos da violência brutal cometida por terroristas ao longo de décadas. Vi, com os meus próprios olhos, as armas, bombas e outros instrumentos usados para atacar civis. Assisti ainda um documentário que exibia imagens chocantes de atentados apopulação inocente e indefesa, incluindo as execuções sumárias de líderes religiosos que se opunham ao extremismo.  

Partilhei da dor e da angústia do povo chinês, tal como este compreendeu o sofrimento de outros povos, sob opressão colonial. As cenas vividas em Urumqi e outras cidades são provas evidentes de que, os horrores do extremismo violento marcaram profundamente a China, mas o que permanecerá na memória coletiva é a vitória alcançada com sabedoria. Hoje, Urumqi, a capital da província, é uma cidade turística desenvolvida na qual os turistas podem desfrutar de belos lugares para visitar e conhecer a história daquele povo. O próprio povo recuperou a alegria, porque já não existem motivos para o medo.

A política de desenvolvimento económico sustentável implementada pelo governo chinês revelou-se crucial e impactante no combate às raízes do extremismo, promovendo crescimento, coesão social e estabilidade. Esta abordagem estrutural foi determinante para uma conjuntura e derrotar o terrorismo na região, através de um investimento pesado na educação e nas infraestruturas rodoviárias e imobiliárias que permitiram transformar a província no centro de atração turística.  

O recurso a educação para combater a violência e extremismo religioso, é uma inovação ímpar e exclusiva do gigante asiático. A China demonstrou ao mundo que, o combate ao extremismo não se faz apenas com a repressão militar. É essencial erradicar as causas profundas, através de desenvolvimento económico, inclusão social e educação. E não só. É preciso segmentar a implementação dessa estratégia. E, a China fê-lo, especialmente entre os jovens mais vulneráveis ao recrutamento extremista.  

Nos dias de hoje, Xinjiang, uma região multicultural e multiétnica, tornou-se um exemplo global de como vencer o terrorismo não só com a segurança rigorosa, mas também com as estratégias integradas de desenvolvimento, harmonia social e respeito pelas liberdades religiosas.  

A abordagem chinesa — que alia segurança, educação, crescimento económico e diversidade — oferece as mais valiosas lições para outros países, como os da África Ocidental e do Sahel, que há décadas lutam contra o extremismo fomentado pelos jihadistas.  

Estes países, ainda que sem os recursos da China, devem adoptar as estratégias semelhantes, adaptando-as às suas realidades. Como diz o ditado: “Faz-se o omelete com os ovos que se tem.”  

O governo chinês agiu rapidamente, usando vigilância tecnológica, forças militares e, sobretudo, a educação e desradicalização, combinadas com desenvolvimento económico. Este é, hoje, o modelo mais eficaz no combate ao terrorismo, que a África deve seguir e adaptando-as às suas realidades social e económicas.

Investir em educação, empreendedorismo juvenil e desenvolvimento socioeconómico é essencial. O exemplo de Xinjiang deve ser seguido, sem descurar o uso da força militar quando necessário.

Por: Assana Sambú

Diretor Adjunto do Jornal O Democrata   

Author: O DEMOCRATA

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