“CRISE CLIMÁTICA EXIGE ROTURA COM MODELO ENERGÉTICO E ACELERAÇÃO DA TRANSIÇÃO PARA ENERGIAS LIMPAS” – diz o ministro do ambiente 

O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática, Viriato Soares Cassamá, alertou esta terça- feira, 29 de julho de 2025, que o avanço da crise climática exige uma rotura com modelo energético e aceleração da transição para energias limpas, justas e acessíveis, sendo a batalha das vidas dos seres humanos no mundo.

Viriato Soares Cassamá falava na cerimónia de abertura do Diálogo Nacional Técnico sobre a ação climática, organizada pelas Nações Unidas Guiné-Bissau no Centro Cultural Franco Bissau Guineense.

Sublinhou que o presente dialogo tem como objectivo contextualizar em solo guineense as mensagens centrais, como também envolver os múltiplos atores nacionais na construção de consensos alargados e reforçar os argumentos económicos, sociais e ambientais a favor deuma ação climática ambiciosa, inclusiva e transformadora.

O governante informou que a Guiné-Bissau não está alheia a esta realidade, sendo um dos países mais vulneráveis àterações climáticas, enfrentando fenómenos cada vez mais extremos, como a erosão costeira, salinização dos solos, diminuição da produção agrícola e os impactos diretos sobre a saúde pública, meios de subssistência e os ecossistemas, porque “a Guiné-Bissau é um país proactivo nesta matéria que tem recursos limitados, mas com uma grande determinação“.

Viriato Soares Cassamá garantiu que o governo e organizações ambientais estão a esforçar capacidade em matéria climática, mesmo com limitações dos recursos humanos e materiais.

Por seu lado, a representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Alessandra Casazza, lembrou que no passado foram investidos dois bilhões de dólares em energias limpas, ou seja, 800 mil milhões mais do que em combustíveis fosseis, representando um aumento de quase 70 por cento em dez anos. 

Acrescentou que os novos dados divulgados pela Agência Internacional de Energia Renováveis mostram que a energia solar que custava quatro vezes mais do que os combustíveis fósseis é agora 41 por cento mais barata.

A responsável do PNUD assegurou que mais de 90% das novas fontes renováveis em todo o mundo produziram eletricidade com um custo inferior à alternativa fóssil mais barata, isso não é apenas uma mudança de fonte de energia, como também é uma mudança de possibilidades. 

Informou que, atualmente, as emissões de carbono evitadas em todo o mundo graças às energias solar e eólica já são quase equivalentes ao que toda a União Europeia emite num ano.

“Durante décadas, as emissões e o crescimento económico aumentaram lado a lado e em muitas economias avançadas as emissões atingiram o pico, mas o crescimento continua. Só em 2023, os setores das energias limpas impulsionaram 10 por cento do crescimento do Produto Interno Bruto mundial e as energias renováveis vieram para ficar, porque são a base da segurança e da soberania energética, sendo que atualmente a maior ameaça à segurança energéticab são os combustíveis fosseis.

Para a representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o sucesso da Guiné-Bissau no comprimento do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 dependerá da liderança do país em resiliência climática, o que pode gerar avanços significativos na resposta aos riscos climáticos.

Por: Aguinaldo Ampa

Author: O DEMOCRATA

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