O régulo de Bijimita, Secção de Quinhamel, região de Biombo, Malamato Djú, foi encontrado morto na sua bolanha, na manhã de segunda-feira, 4 de agosto de 2025, com evidentes sinais de tortura no corpo e um golpe profundo na garganta.
A informação foi avançada por Justino Nanque, sobrinho do malogrado, em entrevista telefónica concedida esta terça-feira ao semanário O Democrata.
Segundo relatou, o régulo Malamato Djú não costumava sair sozinho para a bolanha e que era sempre acompanhado. No entanto, naquele dia, saiu sozinho de manhã para visitar os arrozais no campo de cultivo.
De acordo com Justino, normalmente são as crianças que ficam na bolanha a vigiar as culturas de arroz dos animais, mas naquele dia estavam a ajudar um outro familiar. Diante disso, o régulo decidiu ir sozinho ao campo. Informou que, como não regressou até às 14 horas, a família ficou preocupada e iniciou as buscas, acabando por encontrá-lo sem vida, com sinais visíveis de violência e a garganta ferida.
Explicou que os familiares comunicaram a situação à Polícia Judiciária, que se deslocou ao local para investigar o caso e recolheu o corpo para ser submetido a autópsia, de modo a apurar as reais causas da morte.
“Quando ouvimos a notícia da sua morte, inicialmente pensamos que podia ter tirado a própria vida, talvez por estar abalado com a morte do seu primeiro filho, ocorrida há quase dois meses, no dia 9 do passado mês. Mas ao encontrarmos o corpo e vermos os sinais de tortura, passámos a suspeitar que foi maltratado por outras pessoas. Neste momento, aguardamos o resultado dos trabalhos que estão a ser conduzidos pelos agentes da Polícia Judiciária, com o apoio de técnicos de saúde no Hospital Nacional Simão Mendes”, declarou Justino Nanque.
Questionado sobre possíveis ameaças recebidas pelo régulo antes da sua morte, Justino revelou que ele teria sido ameaçado por um neto da mesma aldeia, cujo nome não quis revelar.
Segundo contou, o neto teria dito que o filho do régulo, que estava doente, iria morrer em breve, o que de facto aconteceu em menos de duas semanas, após a ameaça.
Justino Nanque informou ainda que a família aguarda a conclusão das diligências da Polícia e dos agentes de saúde para poder transportar o corpo à aldeia e dar início à cerimónia fúnebre, que tradicionalmente dura seis dias, antes do funeral, segundo os rituais do regulado.
“Queremos apelar às autoridades competentes que realizem as investigações de forma célere, apurando os factos sobre a morte do régulo. Se for confirmado que se trata de homicídio, que os responsáveis sejam levados à justiça, conforme dita a lei, para evitar que casos semelhantes voltem a acontecer”, exortou.
De recordar que o régulo Malamato Djú assumiu o trono de Bijimita em 27 de maio de 2023.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: rádio jovem
















