A Federação de Andebol da Guiné-Bissau (FAGB) tem a partir de agora novo presidente do organismo para os próximos 4 anos, que foi eleito no Congresso Ordinário eletivo da instituição federativa nacional que decorreu num último sábado em Bissau.
Trata-se de Mário Jorge Pinhel, que foi escolhido por 24 associados dos 28 associações com direito a vota na FAGB. Jorge Pinhel, que foi secretário-geral do órgão, sucede no cargo Quecuta Indjai, que esteve a frente do organismo nos últimos 8 anos.
Entre 2007 e 2020, as eleições para a escolha dos órgãos sociais sempre aconteceu as disputas internas entre os dirigentes da FAGB divididas e ideias desencontradas, mas neste pleito que elegeu Mário Jorge Pinhel houve somente uma candidatura denominado “Lista de Consenso dos Andebolistas”, que foi confiado mandato para os próximos 4 anos.
A nova Direção Executiva da FAGB assegura que este projeto é um pacto de “inclusão, diversidade e competência”, porque é a prova viva de que o desporto nacional pode e deve ser conduzido por pessoas com conhecimento técnico, experiencia prática e visão estratégica, independentemente do género.
Numa entrevista concedida esta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, ao Jornal O Democrata, o novo presidente da FAGB, Mário Jorge Pinhel, elege união entre os dirigentes do organismo e a reorganização interna como principal prioridade, contudo lembra que é muito normal divergência das ideias entre dirigentes de Andebol.
“Embora existem divergências das ideias que é muito normal no processo democrático, mas acho que todos juntos podemos ser mais forte e dar melhores condições para a nossa modalidade, por isso, prometo trabalhar para unir a família de Andebol. Isso que motivou-me envolver toda gente neste projeto que tem a competência independentemente do género. Inicialmente queríamos ter no projeto 50% entre homens e mulheres, mas devido a indisponibilidade de alguns colegas acabamos por ficar somente com 35% das mulheres na lista”, disse.
“Eu vive a modalidade de Andebol desde a minha infância e onde passei quase a minha juventude e percebe que muitos dos nossos conflitos internos tem a ver com os nossos regulamentos e estatutos. Por isso, vou priorizar a reorganização interna que começa desde equipas e até dentro da federação, fazendo a revisão dos estatutos, produzindo os regulamentos internos e definir as tarefas de cada um dos elementos da Direção da FAGB. Também pensamos ajudar as nossas equipas para elaborarem os seus estatutos e a legalização que lhe permite estabelecer contatos com outros clubes internacionais”, declarou Jorge Pinhel.
Segundo explicou Pinhel, para além da reorganização interna e a união entre os dirigentes da instituição federativa, a nova Direçãoda FAGB vai fazer reforma institucional e estatutária, formação e capacitação de quadros, cooperação e parcerias internacionais, promoção e visibilidade do Andebol, modernização das competições nacionais, apoio ao atleta no pós-carreira e a infraestruturas adequadas.
“Notamos que existem pessoas com muita vontade, mas carecem de algumas limitações devido a falta de capacitação e dai que achamos que mesmo com pouco recursos que temos, mas temos alguns quadros formados na modalidade de Andebol como Cipriano Có com categoria de mestrado no desporto e Mamadu Djabi que foi atleta e árbitro em Portugal. São pessoas que podemos sentar e fazemos um projeto no sentido de fazer uma formação interna. Mas isso, não impedi-nos de falar com os nossos parceiros internacionais para nos apoiar na formação dos nossos quadros”, acrescentou.
Em relação ao plano desportivo, Jorge Pinhel promete dar maior atenção na camada de formação dos atletas de Andebol que permitirá ter um seleção nacional para futuras competições da modalidade da Africa Ocidental denominado zona 2 que futuramente permitirá a Guiné-Bissau participar nas provas continente e mundial.
“Isso que é a nossa ambição, começando na camada de base e permitirá que próximos 4 anos teremos uma seleção nacional de alto rendimento”, disse.
Pinhel, que promete ainda alargar a modalidade a nível do território nacional, assegura ainda que a nova Direção da FAGB promete elevar nível das competições internas de Andebol, com torneios competitivos nas diferentes localidades da Guiné-Bissau.
Relativamente aos fundos para concretização dos projetos, Jorge Pinhel assegura que nos próximos dias vai dar conhecimentos ao governo da existência da nova Direção da FAGB e as propostas futuras onde a instituição federativa espera apoio do governo, principalmente a participação da Guiné-Bissau nos jogos da zona 2 em 2026.
“O mundo desportivo oferece muitas escolhas, mas no nosso país, infelizmente, nem todas recebem o mesmo tratamento. Há mais de vinte anos, vemos uma atenção desigual na distribuição de recursos e no acompanhamento das modalidades. Essa realidade precisa mudar. Por isso, apelamos ao governo para que assegure uma gestão mais equitativa dos fundos destinados àsfederações e seleções, garantindo que modalidades como o Andebol tenham as mesmas oportunidades de crescer e representar dignamente a Guiné-Bissau”, sublinhou.
Importa salientar que novo presidente da FAGB, Mário Jorge Pinhel, começou o seu percurso como atleta em 1997 que terminou de forma oficial em 2012. Antes de terminar a carreira, Jorge Pinhel fez a formação como treinador em 2005.
Foi atleta da Seleção Nacional da modalidade, participando em jogos da zona 2 no Senegal em 2005 e Guiné-Conacri em 2012. Pinhel participou nos Jogos da CPLP em 2008, onde a Guiné-Bissau conseguiu a medalha de Bronze na modalidade de Andebol.
Pinhel foi responsável de captação dos novos talentos entre 2009 a 2011, Selecionador Nacional entre 2014 a 2016, participando nos jogos da zona 2014 no Mali, 2015 no Senegal e 2016 na Guiné-Conacri.
Por: Alison Cabral
