O consagrado músico guineense, Justino Gomes Delgado, conhecido artisticamente por “Jujú” ou “JD”, comemorou no último fim de semana, em Lisboa, os 45 anos de carreira, sob o lema “O Regresso do Rei Imbatível”. O espetáculo, realizado no espaço Lisboa Ao Vivo, reuniu várias gerações num momento de emoção e nostalgia, celebrando a sua trajetória e o contributo inestimável à cultura da Guiné-Bissau.
Vestido como um rei pelo estilista guineense, Patrício Correia de Sá, JD prestou homenagem ao colega Américo Gomes, falecido em fevereiro.
Biografia
Justino Gomes Delgado nasceu a 3 de novembro de 1963, na ilha de Onhocomo, no arquipélago dos Bijagós, na Guiné- Bissau, revelando desde cedo, grande talento musical. Fundou e liderou, em 1978, o grupo “Flor de África” e, no ano seguinte, integrou o célebre “África Livre”. Seguiu a carreira a solo nos anos 1980, colaborando com bandas como “Super Mama Djombo” e “Nkassa Cobra”, e conquistou o público com sucessos como N’duba Nancy e Nh’bina Deus i Garandi.
A sua música, muitas vezes de intervenção social, levou-o a enfrentar prisão por razões políticas em 1985, no episódio conhecido como “Caso 17 de Outubro”. Libertado, criou o grupo “Docolma” e participou em importantes festivais dentro e fora do país.
Em 1988, mudou-se para Portugal, prosseguindo a carreira e apresentando novas composições como Chiado e Sanó.
JD gravou álbuns marcantes como Lôla, Gabiana, Tétété, Troco, Farol e, mais tarde, Rubane (2020). Detentor de discos de ouro e diversas distinções, Justino é considerado uma das vozes mais influentes da música moderna guineense, eternizado no livro Rei Imbatível: Caminhos Árduos do Jujú, de Eliseu Banori, que retrata a sua história.
Por: Epifânea Mendonça e Tiago Seide



















