O Governo anunciou, esta sexta-feira, 29 de agosto de 2025, a suspensão sine die da Assembleia-Geral Eletiva do Comité Olímpico, que deveria realizar-se no sábado, 30 de agosto, para a escolha dos novos corpos sociais daquela instituição desportiva.
A decisão consta de um ofício com o assunto: “Informação de suspensão da Assembleia-Geral Eletiva da Direção do Comité Olímpico Nacional”, datado de 29 de agosto de 2025, assinado pelo Ministro da Juventude, Cultura e Desportos, Alfredo Malú, e endereçado ao presidente cessante do Comité Olímpico, Sérgio Mané.
O Executivo justifica a suspensão pela falta de condições de segurança e de um ambiente pacífico, considerados “essenciais para garantir a normalidade do processo eleitoral”.
“Fica suspensa a Assembleia-Geral Eletiva da Direção do Comité Olímpico Nacional, anteriormente marcada para o dia 30 de agosto de 2025, das 09h00 às 12h00, em Bissau”, lê-se no documento.
Alfredo Malu reforça que o Ministério entende que a realização de um processo de tamanha relevância para a vida desportiva nacional exige garantias mínimas de estabilidade, segurança e igualdade de participação, de modo a salvaguardar a credibilidade e a legitimidade dos resultados.
“Assim, em articulação com as entidades competentes, será definida uma nova data para a realização da referida Assembleia, a qual será comunicada em tempo oportuno, garantindo-se todas as condições adequadas para o bom desenrolar do ato eletivo”, concluiu o ministro.
Este é o segundo adiamento da Assembleia-Geral Eletiva do Comité Olímpico e o primeiro em que o Governo assume publicamente a decisão de intervir no processo. O primeiro adiamento ocorreu em 5 de julho, por ordem superior, quando as forças de segurança invadiram as instalações do Comité Olímpico, momentos antes do início da votação. Na ocasião, a Comissão Eleitoral foi convocada de urgência pelo Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, para anunciar que não havia condições para a realização da assembleia naquele dia.
Entretanto, uma fonte ouvida pelo O Democrata revelou que o Comité Olímpico Internacional (COI) já se manifestou, classificando a interferência governamental como “inaceitável e contrária às regras da Carta Olímpica”. Diante disso, o COI terá orientado o seu representante na Guiné-Bissau, João Costa Alegre Afonso, que chegou a Bissau no dia 28 de agosto para acompanhar o processo, a tomar as medidas necessárias junto de todas as partes envolvidas e das mais altas autoridades do país, no sentido de encontrar uma solução de compromisso para que a Assembleia-Geral Eletiva do CON possa realizar-se, conforme previsto, em condições pacíficas.
Para a sucessão do presidente cessante, Sérgio Mané, estão na corrida dois candidatos: Eugénio de Oliveira Lopes e Fernando Arlete.
Por: Tiago Seide



















