CEDEAO AVANÇA COM DOIS BILIÕES DE DÓLARES PARA A CRIAÇÃO DE FORÇA ANTITERRORISMO DE CINCO MIL HOMENS

Os ministros da Defesa e das Finanças da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram avançar com a criação de uma força regional de reserva antiterrorista estimada em valor que ronda os 2,61 mil milhões de dólares norte-americanos e que contará com cinco mil efetivos que serão constituídos por militares de diferentes países daquela organização.

A decisão dos ministros de defesa e das finanças foi tornada publica na terça-feira, 02 e setembro de 2025, através de um comunicado do Gabinete da Comunicação e das Relações Públicas da Comissão da CEDEAO, consultada pela redação do Jornal O Democrata, a qual informa que os referidos ministros reuniram no dia 29 de agosto último, em Abuja, capital da Nigéria, com o propósito de analisar o relatório da Reunião de Peritos sobre as modalidades de financiamento para operacionalizar uma força regional dedicada ao combate ao terrorismo na África Ocidental. 

Os ministros de defesa e das finanças reuniram para tornaressa decisão numa altura em que a CEDEAO celebra o seu 50° aniversário, sob o lema “Mais fortes juntos para um futuro mais brilhante”.   

A reunião, de acordo com o comunicado, serviu também paraanalisar os progressos realizados desde a Cimeira Extraordinária de 27 de junho de 2024 em Abuja, onde os líderes da CEDEAO mandataram a Comissão para explorar opções para ativar uma força regional de reserva antiterrorista na qual foram considerados dois modelos de destacamento: Primeira a criação de uma brigada de 5000 elementos, com um custo estimado de 2,61 mil milhões de dólares norte-americanos no primeiro ano. O segundo modelo é a criação de uma brigada faseada com 1650 efetivos, com um custo inicial de 481,5 milhões de dólares americanos, como uma abordagem gradual para a força de reserva. 

O comunicado informa que os ministros sublinharam na reunião a necessidade urgente de reforçar a capacidade operacional da Força de Reserva da CEDEAO (ESF), com os ministros a salientarem que os recursos atuais continuam a ser insuficientes para satisfazer as necessidades urgentes da região em matéria de segurança.

Presidindo a sessão, o Ministro de Defesa da Serra Leoa, Coronel na reserva, Brima Muana Massaquo, salientou a necessidade urgente de combater a crescente ameaça do terrorismo, que transcende fronteiras, nacionalidades e religiões. 

Apelou na ocasião, a uma maior coordenação regional, a parcerias mais fortes com as partes interessadas internacionais e a abordagens inovadoras, incluindo potenciais parcerias público-privadas (PPP), para abordar de forma sustentável o financiamento das operações de combate ao terrorismo. 

Por sua vez, o presidente da Comissão da CEDEAO, o gambiano, Omar Alieu Touray, reafirmou o compromisso inabalável da CEDEAO em proteger os cidadãos contra o terrorismo, tendo afirmado que as atividades de grupos extremistas representam graves riscos não só́ para a segurança, mas também para o comércio, o investimento e a integração regional. 

“O terrorismo, sob qualquer forma, continua a ser uma grande ameaça aos nossos esforços de integração e do desenvolvimento socioeconômico da nossa comunidade”, enfatizou. 

Os consultores apresentaram aos titulares de pastas da defesa e das finanças da CEDEAO uma avaliação de impacto sobre as implicações do aumento da contribuição comunitária para financiar a referida força, contudo, espera-se que as conclusões orientem os ministros na tomada de decisões sobre a abordagem mais viável e rentável. 

Nas suas deliberações, os ministros reafirmaram o papel fundamental da CEDEAO como Comunidade Económica Regional (CER) na construção da paz, gestão de conflitos e governação democrática. Reiteraram o compromisso da Comunidade com a segurança coletiva como base para a estabilidade regional, a prosperidade e uma integração mais profunda. 

Os ministros das Finanças e da Defesa reafirmaram que as decisões tomadas irão equilibrar as necessidades urgentes de segurança regional com a sustentabilidade dos mecanismos de financiamento, garantindo que a CEDEAO continue equipada para responder eficazmente as ameaças presentes e futuras. 

Por: Assana Sambú

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