Fernando Dias da Costa, líder de uma das alas do Partido da Renovação Social (PRS), acusou este domingo, 15 de setembro de 2025, o Presidente da República cessante, Umaro Sissoco Embaló, de dividir o seu partido, levando uma parte para o Palácio da República e impedindo o “partido do milho e do arroz”, de concorrer às eleições legislativas.
“O PRS fundado por Kumba Ialá está intacto. O PRS dividido e levado para o Palácio é o PRS de Umaro Sissoco Embaló, não o PRS de Kumba Ialá. O PRS [“de Kumba Ialá”] não concorrerá nestas eleições legislativas com a sua bandeira, pela primeira vez desde a criação do partido, devido à interferência do Presidente da República nos assuntos internos. Inclusive, mandou disparar tiros de armas contra a nossa sede e até contra a minha própria casa”, afirmou o político durante um evento de Kussundé (cerimónia tradicional), onde aproveitou para se dirigir aos militantes e dirigentes dos renovadores, na aldeia de Tchoquimon, setor de Bula, região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau.
“NINGUÉM TEM CONTROLO DE NADA NA GUINÉ-BISSAU, É A DEMOCRACIA QUE CONTROLA O PAÍS”
Dias acusou ainda o chefe de Estado guineense de perseguição, alegando que este mandou retirar-lhe a segurança, pensando que, sem proteção, não teria coragem de circular livremente no país.
“Garanto-vos hoje que não me preocupo com a minha morte. O que mais me preocupa é o que poderá acontecer depois da minha morte. Essa é a minha maior inquietação. Porque, se alguém pensa que tem família, tio ou apoiadores, deve saber também que outros igualmente os têm. Quando se pensa que se tem o controle da situação, é bom que fique claro: ninguém tem o controlo de nada na Guiné-Bissau. A democracia é que controla o país, através da opinião da maioria.”
O político, que também é vice-presidente da Aliança Patriota Inclusiva – Cabas Garandi, aproveitou a ocasião para esclarecer aos militantes presentes no encontro que a aliança de que fazem parte participará nas eleições gerais, apresentando um cabeça de lista para as legislativas, parlamento e um candidato para as presidenciais.
“Toda a informação que ouviram não corresponde à verdade. A API vai reunir as suas estruturas nas quais decidirá escolher o seu candidato para as eleições gerais, porque ninguém vai mandar em nós”, disse.
Sobre o fim do mandato do Presidente Embaló, o político assegurou que o mandato de Umaro Sissoco Embaló terminou desde o dia 27 de fevereiro de 2025, mas ele disse que o seu mandato só terminaria no dia 04 de setembro.
“O Presidente pensava que o dia 4 de setembro iria até 2030. Para confundir a opinião pública convidou outros chefes de Estado para virem visitá-lo para mostrar ao povo que ainda tem alguma influência. O Senhor presidente agora não tem força e o seu mandato já terminou”, assegurou
Por: Assana Sambú
















