Alterações climáticas e a desertificação: POMARES DE CAJÚ CONSTITUEM UMA AMEAÇA À FLORESTA DA GUINÉ-BISSAU 

O diretor-geral das Florestas e Faunas, Diamantino Ortiz Quadé, alertou que pomares de cajú cultivados por todo o território nacional constituem uma grande ameaça à cobertura florestal da Guiné-Bissau, tendo aconselhado ao governo a pautar no repovoamento de outras espécies de arvores um pouco em todo o país com o propósito de recuperar a cobertura florestal.    

“Quer dizer que pomares de caju ocuparam quase 90% de cobertura florestal guineense, por isso é urgente que o governo pautasse pelo repovoamento, porque não podemos recuperar a cem por cento o espaço perdido ou ocupado pelos cajueiros, mas pelo menos que façamos um repovoamento que nos permite ter um equilíbrio ambiental”, alertou o diretor-geral da Floreta. 

Este responsável fez esta chamada de atenção durante a entrevista conjunta ao Jornal O Democrata, Rádio Popular e a Rádio África FM, depois de uma visita as instalações da Brigada de Proteção da Natureza e do Ambiente (BPNA) situada na Granja Pessube, na qual afirmou que o repovoamento não se faz só nas regiões, mas também pode ser feito em Bissau. 

FLORESTA ACONSELHA O REPOVOAMENTO DE ARVORE EM BISSAU PARA PROTEGER CASAS DE TROVOADAS 

Em entrevista, Diamantino Ortiz Quadé falou da necessidade de avançar com o processo do repovoamento de diferentes espécies de arvores em algumas zonas estratégicas na cidade de Bissau, como forma de evitar as ameaças de devastações das casas por ventos fortes.

“Veja só a cidade de Bissau, já perdeu árvores de grande porte. Bissau é uma cidade virada ao mar e se o vento sair do mar não tem nada que pode o travar vai diretamente as casas e o que obriga as pessoas perderem suas casas. E já com a cidade repovoada vai evitar com que o vento atingisse as casas”, disse.

Informou que solicitaram a Câmara Municipal de Bissau (CMB) enquanto entidade administradora da cidade de Bissau no sentido de identificá-los zonas que devem ser repovoados a fim de fazerem um estudo técnico que permitem saber tipos de espécies de árvores que devem ser repovoados na cidade de Bissau.

“Se a cintura de Bissau foi repovoada pode evitar ameaça de trovoada que na época de chuva muitas vezes devasta as casas, porque o que se verifica é que a cidade de Bissau já perdeu árvores de grande porte”, disse, advertindo que a Guiné-Bissau corre riscos de ser ameaçada pela desertificação e efeitos das alterações climáticas tendo em conta a invasão da floresta guineense.

Quadé convidou os guineenses em geral a começarem plantar arvores e pelo menos que cada família plantasse uma arvore como forma de mudar um pouco o paradigma no que concerne ao sector florestal.

O diretor-geral de Florestas e Fauna, Diamantino Ortiz Quadé, afirmou que enfrentam grandes desafios para a construção de delegações a nível regional, de forma a permitir que os seus técnicos disponham de um espaço onde possam atender todas as preocupações ligadas à floresta, o que, segundo explicou, permitirá responder a certas exigências das populações no terreno.

Reconheceu, na entrevista, as dificuldades enfrentadas pelos seus técnicos no terreno, sobretudo no que diz às deslocações dos delegados florestais, quer para chegarem atempadamente ao local, quer para se deslocarem a determinados pontos a fim de controlar zonas onde se registam agressões à floresta.

Por: Carolina Djeme      

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