INCONFORMADOS DO PAIGC EXIGEM A  REALIZAÇÃO DO CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO

‎Um grupo de dirigentes inconformados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) exigiu da  Direção Superior do partido, liderado por Domingos Simões Pereira, a realização de um Congresso Extraordinária no sentido de acabar com a crise interna naquela formação partidária, que iniciou após o derrube do Parlamento em dezembro de 2023.

‎Contudo, os inconformados que imputam ao Simões Pereira a responsabilidade sobre a indefinição do PAIGC em participar nas eleições gerais do mês de novembro próximo, alegam ainda que se a atual liderança continuar a dirigir o partido, o PAIGC caminhará para o “abismo” devido às situações catastróficas no seio do partido fundado por Amílcar Cabral.

‎Apelo foi feito esta sexta-feira, 10 de outubro, pelo porta-voz do grupo de dirigentes inconformados do PAIGC, Carlos Pinto Pereira, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa, num dos hotéis em Bissau, com o propósito para reagir a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que negou as candidaturas da coligação PAI – Terra Ranka, liderada pelo PAIGC.

‎”Estamos a espera que a Direção Superior do partido assumirá a sua responsabilidade convocando órgãos do partido para cada militante e vai clarificar a sua posição e neste quadro não haverá dúvidas que a nossa posição não vai ser alterada, porque o nosso ponto de vista tem sustentabilidade. Queremos um PAIGC forte que permita ao partido ir às eleições, ganhando o escrutínio e forme um governo. Portanto, isso não está nos nossos propósitos, por isso, vamos tentar isso dentro do partido e continuaremos a luta, trazendo mais pessoas no sentido de apoiar as nossas lutas, exigindo a responsabilidade a pessoa que tem de prestar as contas sobre a não participação do partido nas eleições”, disse.

‎”Se a atual situação continuar a prevalecer, o PAIGC caminha para o abismo, porque se sabe o que aconteceu dentro do partido, esses fatos são somente fanatismos. Mas o que é a verdade, temos uma situação catastrófica dentro do partido, levando ao partido a banca rota. Isso não é possível e não é normal, levando muitos militantes a passarem sacríficos desnecessários diariamente. Temos que realizar o congresso, porque entendemos que é órgão competente para resolver todas as situações internas do partido”, declarou Carlos Pinto Pereira.

‎Sem precisar uma data para realização do Congresso Extraordinário, Pinto Pereira acusa Simões Pereira e demais membros da Direção Superior do PAIGC de irresponsabilidade na preparação e entrega dos dossiês da candidatura da coligação PAI – Terra Ranka no STJ. Pereira, que chegou a ser uma figura muito próxima do líder do partido, lembrou aos restantes membros da Direção Superior do partido que não pode ficar totalmente dependente da presença de Simões Pereira em Bissau.

‎Questionado pelo Jornal O Democrata se acha legítimo continuar a usar o nome e a bandeira do PAIGC enquanto fazem parte de um executivo contrário à orientação partidária, o porta-voz dos inconformados garantiu que os dirigentes do partido presentes neste governo de iniciativa presidencial foram autorizados pelo Comissão Permanente do partido para tomarem parte no executivo, após a queda do partido, incluindo o antigo primeiro-ministro, Geraldo Martins.‎

‎Embora descartaram a criação de uma formação política devido à situação interna do PAIGC, o grupo dos inconformados não excluíram de apoiar a recandidatura de Umaro Sissoco Embalo ao segundo mandato como Chefe de Estado.

‎Para além de Carlos Pinto Pereira, estavam presentes na conferência de imprensa os seguintes dirigentes inconformados do PAIGC, nomeadamente: José Carlos Esteves, atual ministro das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo, Suleimane Dabó, Jaimantino Có e Carlos Nelson Sanó.

‎Outro dirigente do PAIGC a fazer do atual executivo é o presidente do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do partido, Aly Hijazi, mas não esteve presente nesta conferência de imprensa.

‎Importa salientar que o STJ rejeitou a candidatura da coligação PAI – Terra Ranka, nas eleições de 23 de novembro, alegando a impossibilidade de prazos para apreciar os dossiês desta coligação que venceu as últimas eleições legislativas no país em 2023.

‎Por: Alison Cabral

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