Eleições Gerais: DEPUTADO DE PAI TERRA RANKA DENUNCIA AMEAÇA DO PRESIDENTE CESSANTE

O deputado da Nação e membro da Coligação Plataforma Inclusiva (PAI TERRA RANKA), Marciano Indi, denunciou ter sido ameaçado pelo Presidente da República cessante, por ter manifestado a sua indignação com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

Segundo Marciano Indi, a ameaça foi-lhe transmitida por um dos seus conselheiros por telefone, que o alertou sobre a indignação do chefe de Estado cessante, devido à sua publicação feita na sua conta da rede social.

Apesar das ameaças, o deputado disse sentir-se à vontade e alertou que “não haverá eleições sem a presença do PAIGC e a coligação que lidera”.

Marciano Indi falava esta quarta-feira, 15 de outubro de 2025, na sua residência no setor de Safim, região de Biombo, na qual denunciou a tentativa de sequestro contra ele e a ameaça contra sua integridade física e a violação dos seus direitos.

“Umaro Sissoco Embaló fez captura de uma das minhas publicações e pouco depois perdi a chamada do mesmo. Quando estava a aguardar que me ligasse de volta foi daí que recebi a chamada de um dos seus conselheiros, conselheiro do próprio Presidente, Caramo Camará. Informou-me que o Presidente cessante pediu-lhe para me informar que se estou a vender o meu machismo está disposto ele mesmo a comprá-lo”, informou e disse que mesmo que se quisesse faria-o com todo o mundo, menos com Sissoco Embaló.

“Mesmo que eu tivesse perturbação mental não o faria em circunstância alguma”, reforçou, frisando que, enquanto cidadão e deputado da nação que participou numa coligação nas eleições legislativas anteriores, que neste momento está a ser impedido de concorrer, tem o direito de manifestar a sua indignação sobre o processo eleitoral.

‟Não insultei ninguém. Os direitos dos juízes conselheiros foram postos em causa. Não tenho a intenção de insultar ou ferir a sensibilidade de alguém. Sou jurista e conheço as leis. Por sinal, dois deles foram meus professores de direito na faculdade. Apenas fiz uma chamada de atenção sobre algumas falhas cometidas. Tudo isso para mostrar que não tenho nada contra ninguém, nem contra o Presidente da República. Devo-lhe respeito como Presidente, embora o seu mandato tenha cessado”, disse, sublinhando que caberá ao povo a decisão final de escolher a nova figura para os próximos cinco anos.

De acordo com Marciano Indi, depois da sua conversa com Caramo Camará pensou que tudo tivesse sido ultrapassado, até quando recebeu outra ligação de um cidadão Diamantino com quem disse partilhar laços familiares, que o abordou sobre o mesmo assunto, a publicação que fez na rede social.

“Se o líder do PAIGC e a Coligação PAI Terra Ranka  não participarem no processo, não haverá eleições, por simples razão: porque é a festa da democracia, um processo que envolve  todos os  cidadãos  que devem participar  de uma forma ativa, incluindo os partidos políticos ou coligações. O PAIGC, enquanto partido libertador,  não pode ser excluído do processo eleitoral”, criticou.

“Essa é a nossa indignação. Não é um crime manifestar o que sentimos. Enviamos ao STJ os dossiês que nos foram solicitados. Em nenhum momento agredimos ninguém com as palavras e muito menos insultamos, simplesmente informamos que não estamos satisfeitos com as decisões que estão a ser tomadas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Este órgão máximo de justiça deve permitir que todos os partidos políticos, coligações eleitorais e candidatos às presidenciais concorram em pé de igualdade. Somos libertadores e não podemos ser excluídos dessa forma do pleito”, afirmou.

Por: Jacimira Segunda Sia

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