O cineasta guineense, Flora Gomes, foi galardoado com o “prémio da lusofonia” na categoria de Teatro e Cinema, por ter desenvolvido as suas 1 em prol da língua e da comunidade portuguesa. O reconhecimento foi feito no final de semana pela Associação Internacional das Comunidades de Língua Portuguesa (CLPI) na sua 9ª Edição da Gala Prémios da Lusofonia promovida em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Comunidade dos Países de Língua Português com objetivo de reconhecer a notável contribuição das personalidades e instituições cujo trabalho desenvolvido em prol da língua portuguesa e da comunidade lusófona, do Brasil a Timor-Leste.
Biografia:
Flora Gomes nasceu em Cadique no dia 31 de dezembro de 1949. Ainda criança apoiou a resistência guineense contra o colonialismo. Estudou cinema no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica de Havana. Continuou os seus estudos no Senegal, no Senegalese Journal for Motion Picture News. Codirigiu também dois filmes com Sergio Pina e trabalhou como assistente de Chris Marker e Anita Fernandez.
Ao retornar ao país, filmou a cerimônia de independência (24 de setembro de 1974), atendendo ao desejo de Amílcar Cabral. Trabalhou como fotógrafo e cinegrafista para o Ministério da Informação, tendo inicialmente dirigido documentários históricos, os quais destaca-se: o curto documentário “O Regresso de Cabral” gravado em 1976, em 1977 a média-metragem documental intitulado “Reconstrução” que foi co-dirigido por Sergio Pina. E em 1978 trouxe o curto documentário “Anos no Oça Luta” também co-dirigido por Sergio Pina.
Anos depois trouxe a sua primeira longa-metragem chamada “Mortu Nega”, um filme que invoca a luta pela independência, em 1987. Fez 1992 “Udju Azul di Yonta”, “A Máscara” em 1994, “Po di Sangui” no ano 1996, “Nha Fala” em 2002. Em 2007 fez o documentário de longa-metragem intitulado “As duas faces da guerra” , co-dirigido por Diana Andringa. Em 2012 trouxe o “A República Di Mininus”. E em 2017 o “O Vendedor de Histórias”, ficção-documentário no qual aborda a questão dos direitos humanos.
Levou várias premiações com destaque: Bronze Tanit no Festival de Cinema de Cartago, Prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Cartago e Prêmio de melhor filme e atriz no FESPACO com o Mortu Nega. Com Udju Azul di Yonta, venceu: Bronze Tanit no Festival de Cinema de Cartago, prêmio Organização da Unidade Africana no Festival de Cinema de Cartago, prêmio de melhor atriz no FESPACO e prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Salônica, Grécia. Com “Nha Fala” levou o prêmio internacional concedido pela Bolsa Francesa de Melhor Filme do Sul, o prêmio de melhor filme latino no Festival de Cinema de Veneza não oficial e o prêmio da cidade no Festival Internacional de Cinema de Amiens, França, o prêmio no Festival Vie d’Afrique em Montreal, o prêmio de longa-metragem no FESPACO do júri paralelo da CEDEAO. Com Pó di Sangui, ganhou o prêmio Silver Tanit no Festival de Cinema de Cartago.
Em 1994, foi distinguido com a Ordem do Mérito da Cultura pelo Governo da Tunísia e nomeado membro do júri principal do Festival de Cinema de Cartago. Em 1996 foi reconhecido em Portugal pela comunidade guineense pelos seus serviços na divulgação mundial da cultura guineense também reconhecido pela Universidade de Lisboa, recebendo uma medalha que celebra a universalidade da sua obra. Foi artista/professor visitante no Departamento de Estudos Africanos da Universidade Brown.
Conta com um documentário intitulado Flora Gomes – Identificação de um País, da realizadora Maria João Rocha, no qual se debruça sobre a sua vida e obra. E foi uma das personalidades negras consideradas como as mais influentes pela revista Bantumen na lista Power List 100 em 2021.
Por: Epifânia Mendonça



















