Apoio a Fernando Dias: DIRIGENTES INCONFORMADOS DO PAIGC  CONSIDERAM “ILEGAL” E “NULA” A DECISÃO DO COMITÉ CENTRAL

Os dirigentes  do Partido  Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) e que integram o governo de iniciativa presidencial consideraram “ilegal “ e “ nula”  e contra os estatutos do partido a  decisão do Comité  Central de apoiar o candidato independente, Fernando Dias da Costa, às eleições presidenciais de 23 de novembro.

A posição do grupo foi manifestada  esta quarta-feira, 05 de novembro de 2025, por Carlos Pinto Pereira, um dos dirigentes do PAIGC, em conferência de imprensa para  se posicionar sobre a decisão do partido em apoiar Fernando Dias.

De acordo  com  Carlos Pinto Pereira, os estatutos do  partido não permitem  a votação  pública,  sobretudo de levantar braços  no ar e denunciaram que   foi uma das metodologias utilizadas para decidir o  apoio ao candidato independente, Fernando Dias.

“Segundo o Estatuto do partido, o processo de votação é secreto e  independente , por isso repudiamos a decisão do Comité Central nesse processo “, reforçou Carlos Pinto Pereira.

Carlos Pinto Pereira  apontou Domingos Simões Pereira  como um dos responsáveis  que  conduziu o Comité Central a cometer esse erro e pediu a esse órgão máximo do partido  a reconsiderar a sua decisão  de apoio ao candidato Fernando Dias, lembrando perante esta situação,  os militantes  são livres de escolherem os seus candidatos, sem nenhuma obrigação de seguir “a decisão ilegal” e “incoerente” do  Comité Central do partido.

“Tínhamos alertado sobre a atual situação que o  partido está a viver, que é a primeira vez na história do país que o PAIGC  não  participa  nas eleições. Era preciso restruturar a direção do partido. Se tivessem escutado o nosso alerta  antes do início do processo, talvez  hoje não  estaríamos nessa posição de ter que analisar  quem vamos apoiar “,, sublinhou. 

Por sua vez, José Carlos Esteves disse  que antes dessa  decisão,  o presidente do  partido deveria renunciar  do cargo, uma vez que a sua candidatura não foi aprovada pelo Supremo Tribunal de Justiça e fez lembrar  que o partido faz parte  de uma coligação  PAI Terra Ranka e que o candidato  que o Comité Central decidiu apoiar é um candidato independente e não se pode assinar acordos com uma pessoa que não representa mais  o Partido da Renovação Social,  “perante  a lei”.

“No acordo de Paris, Fernando Dias estava presente como um simples indivíduo.  Não podia  assinar acordo porque os acordos são assinados entre partidos. O partido  deveria ter reunido  todos os candidatos  interessados no  apoio dos  libertadores, para que o Comité Central pudesse  prosseguir com o processo de votação discreto”, insistiu e disse que segundo os estatutos do PAIGC, o partido apenas pode apoiar um militante ou simpatizante não figuras de outras formações políticas. 

“Desconheço se Fernando Dias renunciou a sua militância no Renovadores.  Temos João Bernardo Vieira, militante do partido que  está a concorrer como independente e que pediu apoio do partido publicamente, mas não foi considerado porque?”, questionou. 

Para Esteves, a escolha  de Fernando  Dias é  um ato nulo, de acordo com os estatutos,  o que significa que  o PAIGC  não tem nenhum candidato que vai apoiar nas presidenciais, nem  nas legislativas  de 23 de novembro de 2025.

“O Comité Central é um órgão máximo do partido que  toma as decisões no congresso, mas não pode violar os estatutos e essa decisão não vincula nenhum dirigente,  militante a simpatizante do partido e não deve ser encarado como uma obrigação”, frisou.

Por : Jacimira Segunda Sia

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