O candidato independente às eleições presidenciais, Fernando Dias da Costa, afirmou que a sua candidatura é uma alternativa à atual governação, prometendo restaurar a estabilidade política e institucional e promover a reconciliação nacional.
No manifesto de candidatura à Presidência da República da Guiné-Bissau, sob o lema “Por uma Guiné-Bissau Estável, Próspera e Inclusiva”, Dias afirma que decidiu concorrer “após profunda reflexão” e em resposta ao “sofrimento do povo guineense nos últimos cinco anos”, que, segundo ele, resultaria de uma “governação ditatorial e antidemocrática” marcada pela concentração de poderes, corrupção, perseguições políticas e violações de direitos fundamentais.
O candidato suportado pelas coligações PAI TERRA RANKA E API CABAZ GARANDI critica o atual regime, que acusa de “instrumentalizar a justiça, as forças de defesa e segurança” e de “dividir partidos, sindicatos, religiões e famílias”, tendo denunciado ainda os riscos à liberdade de expressão, à imprensa e ao direito de manifestação, bem como a falta de transparência na gestão da coisa pública.
“Bloqueio e concentração de todos os poderes dos órgãos da soberania na sua pessoa; Simulação da diplomacia em nome do país para o benefício pessoal; Desvalorização de datas e símbolos nacionais que marcaram as conquistas dos nossos Gloriosos Combatentes da Liberdade da Pátria; Violação grosseira e abusiva dos direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente: liberdade de pensamento e de expressão, a liberdade de reuniões e de manifestação, a liberdade de imprensa” enumerou, apontando ainda a falta de transparência na gestão da coisa pública, interferência e divisão dos partidos políticos, dos sindicatos, das religiões, das etnias e das famílias guineenses, a instrumentalização da justiça, forças da defesa e segurança, perseguição e sufocamento dos adversários políticos, empresários e de funcionários públicos não alinhados com o regime, assim como raptos, espancamentos e assassinatos seletivos de cidadãos nacionais e estrangeiros, interferência política, a corrupção e a falta de respeito pela Constituição, pobreza generalizada, especialmente nas zonas rurais e a falta de acesso à eletricidade, água potável, saúde e educação de qualidade.
Apresentando-se como o “candidato do povo”, Fernando Dias da Costa propõe uma visão de unidade, soberania e progresso, centrada na defesa intransigente da Constituição e no funcionamento harmonioso das instituições.
Entre os compromissos assumidos no manifesto, destacam-se: garantir a independência e coabitação entre os órgãos de soberania, nomeadamente Assembleia Nacional Popular, Governo, Presidência e Tribunais, defender a liberdade individual e de imprensa, promover a reconciliação nacional e a estabilidade social e política, assim como assegurar a transparência na gestão pública e o respeito pela Constituição, valorizar o papel da diáspora guineense e fortalecer a representação internacional do país e garantir que as forças de defesa e segurança cumpram a sua missão constitucional de proteger a soberania e a integridade territorial.
O também presidente de uma das alas do Partido da Renovação Social recorda a sua experiência política como ex-Ministro da Administração Territorial, 1° Vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e líder do Partido da Renovação Social (PRS), assegurando que essa trajetória lhe confere a “coragem e determinação necessárias para governar com justiça e dignidade”.
“Disputarei as eleições presidenciais, vencerei e exercerei as funções de Presidente da República pelo povo e para o povo”, declarou o candidato, encerrando o manifesto com um apelo à esperança e à união nacional.
As Eleições Presidenciais e Legislativas antecipadas da Guiné-Bissau estão marcadas para 23 de novembro de 2025, num contexto político tenso e de grande expectativa popular quanto ao futuro do país.
Por: Tiago Seide



















