O Candidato do Partido Unido Social Democrata (PUSD) à eleição presidencial, Gabriel Fernando Indi, disse que a sua candidatura ao mais alto cargo da magistratura guineense elege como uma das prioridades trabalhar afincadamente juntamente com todas as instituições do país para que haja uma verdadeira independência do poder judicial e o combate a corrupção generalizada.
“As pessoas que estão a fazer política há vários anos não querem que haja um poder judicial independente capaz de promover a verdadeira justiça na Guiné-Bissau, devido a corupção generalizada cometida no exercício das suas funções. Quando assumem cargos, compram viaturas de 15 e 20 milhões de fcfa e sem que tenham salário para o mesmo, por isso a nossa candidatura elege como uma das suas prioridades trabalhar com todas as instituições do país para que haja um poder judicial independente capaz de promover a verdadeira justiça e assim combatermos a corrupção, porque só com o funcionamento da justiça que a Guiné-Bissau conhecerá melhores caminhos para o desenvolvimento”, assegurou o candidato suportado pelos sociais democratas, durante a entrevista ao jornal O Democrata para falar da sua visão política para a Guiné-Bissau.
Indi disse na entrevista que nenhum país do mundo consegue desenvolver-se com a constantes instabilidades políticas e sociais, por isso a sua candidatura apresenta-se aos guineenses como a solução capaz de garantir a estabilidade permanente ao país, através do projeto da unidade nacional de todos os guineenses e capaz de criar estabilidade para que haja oinvesprojetos de empresários, gerar emprego rumo ao desenvolvimento almejado.
“É PRECISO ESCOLHER UM CANDIDATO, CAPAZ DE INTERPRETAR A CONSTITUIÇÃO E PROMOVER A PAZ”
Explicou que o que motivou a candidatar-se para a Presidência da República pela segunda vez, sendo que a primeira foi em 2019, tem a ver com o estado social em que a Guiné-Bissau está estagnada após 50 anos de independência, e enquanto jovem guineense, decidiu concorrer para dar a sua contribuição para o desenvolvimento do país, sendo que é preciso mudar o rumo da Guiné-Bissau dando lhe uma nova dinâmica.
O candidato às presidenciais, informou que tendo em conta o desentendimento no meio dos atores políticos nacionais que ao longo de tempo governaram este país e não provaram que são capazes de fazer algo para tirar a Guiné-Bissau da situação em que se encontra, achou que a sua candidatura é ideal para reunir o consenso dos guineenses, porque segundo ele, nunca participou no processo de governação deste país, assim não tem nenhum compromisso com ninguém. Adiantou que os guineenses devem assumir as suas responsabilidades para mudar o rumo do país no dia 23 de novembro, votando na sua candidatura que reúne condições para dirigir o destino da nação nos próximos cinco anos com tranquilidade, liberdade e diversidade de opiniões para a construção do país.

“É preciso escolher um candidato no dia 23 de novembro, capaz de saber interpretar a Constituição da República e promover o diálogo nacional com todos os atores vivos da nação e garantir a unidade nacional de todos os guineenses, enquanto símbolo da unidade como diz a constituição. Existe quatro órgãos de soberania nomeadamente, Presidência da República, Assembleia Nacional Popular, Governo e Tribunais e cada qual tem a sua função, mas sempre trabalhando em colaboração para o bem da nação guineense e o Presidente da República, enquanto árbitro, fiscaliza o trabalho de cada órgão e se houver algo ou mal-estar chama as partes para sentarem a mesa para dialogar e ultrapassar o diferendo e não extremar as posições como tem sido há vários anos com dirigentes do país”, exortou.
Gabriel Fernando Indi reconheceu que existem lacunas na Constituição da República, mas os governantes devem agir com boa-fé, quando houver situação anormal para permitir que todos os órgãos e instituições do país trabalhem em colaboração, caso contrário haverá sempre problemas. Acrescentou que para que aquela situação se concretize é preciso que o Chefe de Estado, enquanto responsável máximo do país, seja o primeiro a respeitar a Constituição da República que é lei magna e ser a pessoa que promova o diálogo aberto para discutir assuntos do país e chegar ao consensos que permitam a cada um dar o seu máximo para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
INDI PROMETE FIXAR O MANDATO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA PARA CINCO ANOS
Questionado sobre quais são as medidas concretas que defende para fortalecer o estado de direito, separação e interdependência do poder na Guiné-Bissau, Gabriel Indi explicou que, enquanto não dispomos de uma justiça sã e transparente o país continuará a enfrentar enormes problemas, porque no seu entendimento, para defender o estado de direito democrático é preciso o princípio de igualdade, porque todos são iguais perante a lei. Acrescentou ainda que se deve criar as condições para todas as classes, sobretudo os magistrados que trabalham para combater a corrupção. Acrescentou que se os eleitores guineenses lhe confiarem o mandato no dia 23 de novembro, usará a sua magistratura de influência para a fixação do mandato do Procurador-Geral da República, durante cinco anos, “porque só assim será possível ter um poder judicial forte, sem, no entanto, trabalhar para alguém que o nomeou naquele lugar, neste caso o Presidente da República”.
“Quero aqui pedir aos eleitores para observarem bem os candidatos que perfilam para assumir destino do país nos próximos cinco anos e a maioria deles, são aqueles que assumiram cargos nos diferentes governos e ministérios, mas não provaram que podem fazer algo a não ser roubar, por isso a população da Guiné-Bissau deve sancionar aqueles candidatos e votar em massa no candidato jovem que nunca assumiu funções e muito menos teve compromissos com pessoas para delapidar o erário público guineense. Sou jovem e tenho energia para conduzir a pátria de Amílcar Lopes Cabral e aqui também quero pedir aos jovens para apostarem na minha candidatura que tem o único propósito que é trabalhar para o desenvolvimento que todos almejamos, como sonharam os antigos combatentes da liberdade da pátria que sacrificaram para que hoje tornamos livres e independentes”, apelou.
Instado a pronunciar sobre avaliação que faz da atuação das forças de defesa e segurança, Gabriel Fernando Indi disse queas forças de segurança têm como missão de garantir segurança a todos os cidadãos que vivem na Guiné-Bissau e forças de defesa enquanto revolucionários do povo trabalham para proteger a população e o território nacional dos inimigos. Indi, acrescentou que em nenhum momento essa força deve confundir o seu papel para maltratar o povo como tem acontecido nos últimos tempos e pior de tudo proibir a liberdade dos cidadãos, isso não pode continuar num estado de direito democrático como a Guiné-Bissau.
“Nós levantamos para concorrer às presidenciais, com o objetivo de tornar o bem mais preciso de um povo que é a liberdade de manifestação e de expressão livremente, porque entendemos que só assim poderemos discutir e chegar a um consenso para desenvolver o país. Outra coisa, quando for eleito, farei de tudo para que as forças de segurança e defesa sejam civis e convivam no mesmo espaço enquanto seres humanos e pessoas da mesma nação”, sublinhou.
O candidato às eleições presidenciais, assegurou que outra preocupação que o motivou a candidatar-se tem a ver com as questões étnicas de que no passado nunca tinha ouvido falar como agora, por causa dos políticos que a todo custo querem chegar ao poder e usam a etnia e religião, isso deve ser combatido quando assumir a liderança do país no dia 23 de novembro, porque não é uma boa coisa para um país como a Guiné-Bissau, com diversidade étnica. Gabriel Indi pediu aos eleitores para não votarem nos candidatos que utilizam discursos étnicos neste momento de campanha eleitoral.
Gabriel Fernando Indi, sublinhou que a forma como as pessoas estão a fazer política na Guiné-Bissau, pode complicar a unidade a coesão nacional, porque quando integram régulos e chefes de tabancas nas formações políticas ao ponto de estarem nas plataformas eleitorais para fazerem campanha, isso não é bom, porque régulos desempenham um papel importante nas comunidades em termos de prevenção de conflitos e quando decidem fazer política ativa, acabam por perder a credibilidade nas aldeias e ninguém respeita mais, isso é perigo para a sociedade guineense.
O candidato apoiado pelo PUSD, alertou os eleitores para votarem fortemente em mudança e não nos candidatos que roubam dinheiro público e no período das eleições matam vacas e produzem camisolas para enganar a população que depois ficam mais de quatro ou cinco anos sem conseguir ter boa comida, escola e saúde.
Por: Aguinaldo Ampa



















