Eleições gerais : CANDIDATO JOÃO BERNARDO VIEIRA AFIRMA QUE BASES DO PAIGC REJEITAM APOIO A FERNANDO DIAS DA COSTA 

O candidato à eleição presidencial e apoiado pelo Partido Africano para Liberdade e Desenvolvimento da Guiné (PALDG), João Bernardo Vieira disse que as estruturas base do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) não apoia a decisão do partido de apoiar o candidato independente Fernando Dias da Costa, nestas eleições presidenciais.

“A direção do partido sente que a estrutura base não está contente e não acompanha o partido nesta sua decisão de apoiar a candidatura de Fernando Dias da Costa. E assim como a diáspora, onde as pessoas estão a ser ligadas por telefone para instruir que devem apoiar a candidatura de Fernando Dias”, revelou o também o dirigente do PAIGC esta terça-feira, 11 de novembro de 2025, durante uma conferência de imprensa realizada na sua residência para reagir às comunicações do líder  do PAIGC, Domingos Simões Pereira, sobre as razões que levaram o partido a não apoiar a sua candidatura em detrimento de Fernando Dias da Costa.

O candidato às eleições presidenciais explicou aos jornalistas que no dia 4 de setembro, entregou ao partido a sua manifestação de candidatura. Acrescentou que informou ao partido que vão para as primárias e independente daquilo que pode acontecer, entendeu que o partido deve ter o seu plano B, C e D, “porque vimos que o partido está numa situação de briga com o poder”.

“Desde que apresentamos a nossa candidatura para ser submetido ao escrutínio de militantes no dia 4 de setembro e até no dia 19, não recebemos nenhuma notificação do partido. O presidente do partido disse recentemente que notificou-me, mas volto afirmar que ninguém me notificou e acredito que dirigentes do partido conhecem a minha casa e o meu escritório em Bissau, como também têm o meu número para me ligar”, disse, afirmando que na verdade a sua carta foi desprezada pela direção do partido.

Lembrou na sua comunicação que depois de receber a disponibilidade do PALDG de apoiá-lo nas presidenciais, porque o partido vai concorrer apenas nas legislativas. Explicou que pediu aquela formação política o tempo para refletir e não só, como também escreveu uma carta a direção do PAIGC.

“Fiz uma carta dirigida ao presidente do PAIGC na qual expliquei que tendo em conta a situação em que se encontra o partido e sobretudo com a exclusão da candidatura do líder do partido, pedimos que a nossa candidatura podia ser apresentada aos dirigentes do partido”, disse, informando que recebeu a resposta que alguns candidatos solicitaram igualmente o apoio do partido.

Perante a situação, João Bernardo Vieira lembrou aos dirigentes e militantes do PAIGC que nunca traiu o partido, contudo, reconhece que fez críticas a liderança de Domingos Simões Pereira, “porque acreditamos que o caminho que estávamos a seguir não era o melhor”.

“As críticas que eu fiz ao presidente do partido não me podem fazer de taidor do partido ou me diabolizarem. Acredito que os verdadeiros militantes do PAIGC compreenderão tudo isso e quando chegar o dia de eleições saberão onde votar”, disse o político.

Assegurou que apresentou-se nestas eleições presidenciais por convicção, tendo frisado que ninguém pode dar-lhe orientação, “porque eu não sou a pessoa que faz o trabalho sujo para outro”.

Vieira disse acreditar ainda que os militantes do PAIGC que conhecem bem o partido antes de 2014 e que são a maioria de votantes, saberão escolher. 

“Quero exortar ao povo da Guiné-Bissau que sou único candidato nestas eleições capaz de garantir a separação de poderes, onde o governo terá condições de trabalhar, o Parlamento a legislar e o Presidente da República a jogar o papel de árbitro”, afirmou, para de seguida, lembrar que todos estes candidatos estiveram juntos e acabaram por brigar.

Vieira disse ainda que é único candidato capaz de devolver o poder ao PAIGC, tendo enfatizado que a sua candidatura é a única que fala com substâncias e com ideias claras.

“Não acusamos ninguém e contamos somente os problemas reais dos guineenses”, contou, apelando o povo para acreditar na sua candidatura para transformar a Guiné-Bissau.

Alertou que qualquer outro candidato que venha a ganhar as eleições presidenciais continuará com a vingança e guerras contra o seu companheiro.

Por: Assana Sambú

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