Um grupo de recrutas recém-jurados em Cumeré, pertencentes ao corpo da Polícia de Ordem Pública (POP) e da Guarda Nacional (GN), exigiu a sua efetivação e a regularização salarial, alertando que poderão suspender todas as atividades caso não obtenham uma resposta até 18 de novembro.
No comunicado consultado pelo O Democrata, assinado por três representantes, Gaspar dos Santos, da Guarda Nacional, e Bidansanta Imbali e Wilbonh Siga, ambos da POP, os signatários afirmam que exercem as suas funções “com dedicação, zelo e coragem”, apesar das difíceis condições de trabalho.
Os recem-jurados alegam ainda que continuam sem receber salários de forma justa e regular, situação que, segundo os signatários, tem provocado sofrimento entre os agentes e respetivas famílias.
Os “auxiliares” denunciam que o seu trabalho tem sido “ignorado e desvalorizado”, acrescentando que alguns colegas perderam a vida em serviço sem que as suas famílias tenham recebido qualquer compensação.
O grupo afirma que, sem uma solução concreta, não assegurarão a participação nas operações relacionadas com as eleições previstas para 23 de novembro, rejeitando continuar a trabalhar “por migalhas”.
No documento, o grupo de recrutas exige a efetivação imediata dos recém-jurados de Cumeré, a regularização dos salários em atraso e a melhoria das condições de trabalho e segurança.
Caso não haja resposta positiva dentro do prazo estipulado, os agentes avisam que serão forçados a suspender todas as atividades, incluindo as ligadas ao processo eleitoral.
Entretanto, a candidatura de Fernando Dias da Costa apelou à manutenção da ordem e criticou o momento escolhido para a apresentação das reivindicações por parte dos auxiliares.
Em comunicado, a Direção Nacional Conjunta da Campanha (DNCC) do candidato presidencial manifestou preocupação com a exigência a regularização dos salários e a ameaça de não garantir a segurança durante as eleições Legislativas e Presidenciais de 23 de novembro.
A candidatura alerta para o risco de “pressão” em pleno período eleitoral, afirmando compreender as reivindicações e reconhecendo o direito laboral dos agentes. Contudo, sublinha que a tomada de posição neste momento específico pode ser interpretada como um mecanismo de pressão sobre o processo eleitoral.
A DNCC defende que, embora legítimas, as reclamações devem ser tratadas através de diálogo com o Ministério de tutela, “de forma a não afetar o clima de civismo e estabilidade necessário à realização das eleições”.
No comunicado, a candidatura apela às Forças de Defesa e Segurança para continuarem a desempenhar o seu papel “fundamental de manter a ordem pública”, garantindo que a campanha e o escrutínio decorram sem incidentes e na data prevista.
A DNCC destaca ainda que a segurança é essencial tanto para os atores políticos como para os cidadãos, sublinhando a necessidade de um clima de paz até às Eleições Gerais de 23 de novembro.
Por fim, avisa que qualquer anomalia decorrente de omissão de responsabilidades das Forças de Segurança durante o processo eleitoral “será da responsabilidade das mesmas”.
Por: Tiago Seide



















