Eleições gerais: LGDH PEDE AOS MILITARES PARA CRIAREM CONDIÇÕES PARA A DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS ELEITORAIS

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), apelou hoje ao Comando Militar que assumiu o poder na Guiné-Bissau no sentido de criar condições para a divulgação dos resultados eleitorais do último domingo no país.

“Criem condições para a divulgação urgente dos resultados eleitorais”, apelou a LGDH, através do comunicado divulgado na sua página oficial do Facebook. 

No documento, a organização não governamental exige aos militares a libertarem imediata e incondicionalmente, todos os cidadãos detidos ilegalmente.

Para além de exigir a libertação dos detidos, a organização liderada por Bubacar Turé pediu também as forças armadas a revogação da proibição de funcionamento dos órgãos de comunicação social e redes sociais na Guiné-Bissau.

“Revoguem com urgência, a proibição de funcionamento dos órgãos de comunicação social e redas sociais. Cessem rapidamente de perseguir as vozes discordantes”, conclui a nota da LGDH.

Importa salientar que a Guiné-Bissau mergulhou numa crise eleitoral, após os militares assumirem o poder na quarta-feira passada, alegando a tentativa do Golpe de Estado no país.

Na sequência desta situação alguns autores políticos guineenses estão detidos, entre os quais o presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, Octávio Lopes e Roberto Mbesba.

Apesar da pressão da comunidade internacional para a conclusão do processo eleitoral em curso, os militares empossaram Horta Inta-a como Presidente da República de Transição da Guiné-Bissau.

O candidato Fernando Dias, que reclama vitória nas eleições de domingo, condenou o golpe militar no país e pediu à comunidade internacional para fazer valer a democracia na Guiné-Bissau.

Devido à gravidade da situação prevalecente na Guiné-Bissau, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realizou uma cimeira de emergência virtual dos Chefes de Estado da organização no sentido de analisar a situação da interna no país.

A organização sub-regional condena o golpe de Estado perpetrado em 26 de novembro de 2025 e exige a restauração incondicional da ordem constitucional sem demora, rejeita quaisquer medidas que perpetuem o aborto ilegal do processo democrático e a subversão da vontade do povo da Guiné-Bissau.

Após a reunião de emergência, à CEDEAO criou uma comissão que vai dialogar com os militares em busca da solução plausível para a situação prevalecente na Guiné-Bissau.

O Chefe da Missão dos Observadores da União Africana, Filipe Nyusi disse que a organização aguarda os resultados finais do processo eleitoral, após a suspensão abrupta do mesmo.

Para além da CEDEAO e UA, várias organizações internacionais, nomeadamente a União Europeia e CPLP estão exigir a conclusão do processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau.

Por: Alison Cabral

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *