As Organizações Sociais da África Ocidental, defensoras dos direitos humanos e ativistas, apelam à CEDEAO e à União Africana para que proclamem imediatamente os resultados da votação de 23 de novembro de 2025 e tomem todas as medidas para garantir a ascensão imediata ao poder do vencedor declarado das eleições.
Através de uma declaração conjunta contra o que consideram a confiscação de votos na Guiné- Bissau, as organizações exigem o retorno imediato à ordem constitucional e convocam todos os atores políticos e sociais da Guiné-Bissau para um diálogo nacional inclusivo sob a supervisão internacional, juntamente com a libertação de todos os presos políticos.
Nô documento assinado pelo Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (Guiné-Bissau), Bubacar Turé, Coordenador da Frente Popular (Guiné-Bissau), Armando Lona, Alioune Tine, fundadora do Afrikajom Center (Senegal), Salieu Taal, ativista e ex-presidente da Ordem dos Advogados (Gâmbia), Madi Jobarteh, defensora dos direitos humanos (Gâmbia), Paul Amegakpo, especialista em governança, Instituto Tamberma (Togo), Hardi Yakubu, coordenador do movimento Africans Rising (Gana), Ibrahima Kane, ativista de direitos humanos (Senegal) e Abdou Aziz Cissé, ativista da Web e defensor dos direitos humanos (Senegal), as organizações da sociedade civil da África Ocidental exigem uma investigação internacional independente sobre a violência contra defensores dos direitos humanos, jornalistas e outros atores políticos, bem como a invasão da sede do PAIGC, para identificar e punir severamente os responsáveis.
“Apoiamos firmemente o povo guineense. Recusamo-nos a aceitar o silêncio, o medo e a arbitrariedade diante desses ataques contra a democracia no continente. As liberdades fundamentais são inegociáveis e os povos da África Ocidental não tolerarão mais a anulação de um voto pela vontade de um único indivíduo” lê-se, sublinhando que”isto não é um golpe de Estado; é uma confiscação da vontade popular”.
No dia 26 de novembro de 2025, um grupo de oficiais que se identificaram como o “Alto Comando Militar para a Restauração da Ordem” declarou que assumiu o “controle total” do país.
Para as organizações da sociedade civil da África Ocidental, o objetivo era claramente impedir a proclamação dos resultados eleitorais que declararam o candidato independente Fernando Dias vencedor dessas disputas eleitorais, tendo vencido em sete (7) das nove (9) regiões do país.
“Após um golpe simulado, durante o qual o próprio Presidente Embaló convocou a imprensa para informá-la sobre a tomada do poder pelos militares, os “amotinados” suspenderam as instituições nacionais, assumiram o controle dos escritórios da Comissão Nacional de Eleições que se preparava para anunciar os resultados das eleições realizadas em 23 de novembro, e prenderam o principal candidato da oposição, igualmente presidente do PAIGC, que havia sido impedido de participar da eleição presidencial, e funcionários da Comissão Eleitoral” detalharam.
“O que aconteceu em Bissau esta semana não foi um “golpe de Estado”, mas uma grosseira farsa para roubar uma eleição. E a CEDEAO, a União Africana devem, a todo custo, recusam-se a normalizar esta forma de atropelar a vontade livremente expressa de milhões de cidadãos guineenses. A verdade é que, desde que o Sr. Umaro Sissoco Embaló chegou ao poder em 27 de fevereiro de 2020, a Guiné-Bissau vive sob uma ditadura que não se autodenomina: dissoluções arbitrárias do Parlamento, substituição inconstitucional do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, escolha pessoal das datas das eleições, etc.” concluíram.
Por: Redação
















