Líder do PUN: “CLASSE POLÍTICA DA GUINÉ-BISSAU É COMPLETAMENTE VIOLENTA, CRIMINOSA E DESTRUIDORA DA NAÇÃO”

O Líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idrissa Djaló, afirmou esta quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, que a classe política da Guiné-Bissau é “completamente” violenta, corrupta, criminosa e destruidora da Nação, por isso defendeu a refundação do Estado guineense.

O político admitiu que com o atual sistema político instalado no país não há possibilidade de encontrar uma solução à “instabilidade crónica”, a não ser “refundar o Estado guineense”.  

Idrissa Djaló, que falava aos jornalistas em Bissau, disse que há vários anos tem vindo a interpelar regularmente a classe política guineense sobre a gravidade que atual sistema político guineense tem.

“As eleições não resolverão a instabilidade permanente que a Guiné-Bissau está viver ao longo dos anos, porque nenhuma instituição do Estado funciona como deve ser, de acordo com as normas do país”.

“O Presidente da República cessante, que era candidato às eleições de 23 de novembro, foi destituído e neste momento está exilado. O candidato Fernando Dias da Costa está num lugar onde ninguém sabe dizer, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, e outros responsáveis políticos estão detidos. Este cenário e outros que podemos conhecer no futuro, poucas pessoas, incluindo eu, tiveram a oportunidade de sonhar e prever sobre o estado clínico em que o processo eleitoral culminaria. Portanto, a solução é refundar o Estado por completo”, defendeu.

Idrissa Djaló lembrou que desde a introdução do multipartidarismo, a Guiné-Bissau sempre conheceu grandes problemas, viveu na instabilidade política, como também o sistema judicial guineense contribuiu, de que maneira, para alimentar a corrupção, tanto no setor da justiça, envolvendo os magistrados, como na esfera política, sem, no entanto, que tenha feito um trabalho eficaz para combater o mal que está a destruir a Guiné-Bissau.  

O dirigente político denunciou que as contas públicas do país estão a ser roubadas pelos políticos para construir mansões e apartamentos nos países europeus como França e Portugal, mas ninguém teve coragem de se levantar e colocar o dedo na ferida.

“O pior registo da campanha das últimas eleições gerais de 23 de novembro são discursos de incitação ao ódio à divisão, o que poderia ter levado a Guiné-Bissau a entrar numa situação perigosa, conflitos étnicos”, afirmou.  

O presidente do Partido da Unidade Nacional exortou aos responsáveis do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança e da Ordem Pública a criarem condições para que todos os cidadãos guineenses possam discutir seriamente “assuntos crónicos” da Guiné-Bissau para sair desta situação de uma vez para sempre.

“A única solução neste momento passa necessariamente por refundar o Estado guineense, construindo uma administração nova, um sistema judicial atual, forças de defesa e segurança que serão configuradas no interesse nacional e criar um sistema político que obedeça ao interesse da Guiné-Bissau”, disse.

Por: Aguinaldo Ampa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *