Crise política: DIOCESE DE BAFATÁ ALERTA PARA “RISCO GRAVE” DE RADICALIZAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU 

A Diocese de Bafatá alertou que a radicalização de posições, no atual contexto político, social e económico, representa “riscos graves” à estabilidade, à paz e à unidade nacional, podendo gerar conflitos locais, criar divisões, fragilizar as instituições e travar o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

“A Guiné-Bissau será muito mais forte quando cada comunidade reconhecer a outra como parceira no desenvolvimento. A radicalização divide, mas a unidade constrói. Queremos que o nosso país seja edificado na união, e não destruído pela diversidade mal compreendida ou pela divisão”, reforçou a Diocese.

O alerta da Diocese de Bafatá foi  tornado público pelo porta-voz da instituição, Padre Augusto Mutna Tambá, em entrevista à Rádio Sol Mansi, quinze  dias depois do golpe de Estado ocorrido na véspera do anúncio dos resultados  das eleições gerais, presidenciais e legislativas, de 23 de novembro, quando um grupo de homens armados e mascarados invadiu e vandalizou a CNE – Comissão Nacional de Eleições.

Na mensagem dirigida aos guineenses, aos atores políticos e à sociedade em geral, a Diocese de Bafatá apelou à união  nacional em torno   da crise sociopolítica decorrente do golpe de estado militar na Guiné-Bissau e disse acompanhar com “preocupação” o desenrolar da situação no país.

Segundo o sacerdote, têm aumentado, sobretudo nas redes sociais, discursos considerados preocupantes, razão pela qual  a Diocese fez um apelo à preservação da unidade nacional.

“Como Igreja Católica da Guiné-Bissau, acompanhamos com muita preocupação e continuaremos atentos à evolução da situação. Há dias vimos algumas declarações nas redes sociais que nos deixaram alarmados e que nos obrigaram a fazer um apelo coletivo acerca da unidade”, frisou.

Mutna Tambá reconheceu que “é natural” que as pessoas reivindiquem os seus votos, por ser parte da democracia, mas lembrou que “não foi apenas uma etnia que votou em Umaro Sissoco Embaló ou em Fernando Dias da Costa”.

“Por isso, cada um deve ser cauteloso nas suas declarações, para que sejamos tolerantes naquilo que cada um reivindica”, insistiu.

Preocupada com a situação, a Diocese exortou os guineenses a serem “tolerantes” nas suas declarações durante este período de crise política.

“Como alternativa, é preciso que todos promovam os valores da cidadania e da unidade nacional desde cedo. Deve sempre existir diálogo constante entre os diferentes atores, independentemente da etnia ou religião”, indicou Mutna  Tamba.

A Diocese reforçou que o futuro da Guiné-Bissau depende da capacidade de cada cidadão de transformar a diversidade em força e solidariedade, apelando à união nacional e à preservação das diferentes identidades que compõem o país.

A Diocese pediu, finalmente, aos guineenses que trabalhem pela paz e pela unidade nacional, evitando discursos que possam criar divisões e  apesar da pressão política, a instituição insiste que o país deve estar acima de todos os  interesses pessoais.

Por: Redação

O Democrata/Rádio Sol Mansi

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