CHEFE DA DIPLOMACIA SENEGALESA PEDE APOIO DA CEDEAO E DA COMUNIDADE INTERNACIONAL PARA À GUINÉ-BISSAU 

O ministro da Integração Africana, dos Negócios Estrangeiros e dos Senegaleses no Estrangeiro, Cheikh Niang disse este domingo, 21 de dezembro de 2025, que é importante que a Guiné-Bissau beneficie de acompanhamento da comunidade internacional e começando pela CEDEAO, da União Africana, das Nações Unidas, da CPLP e todas as outras organizações que podem jogar um papel de pacificação da situação vigente para a retoma da normalidade constitucional.  

O chefe da diplomacia senegalesa fez este apelo durante a sua declaração conjunta com o seu homólogo guineense, João Bernardo Vieira, aos jornalistas, à saída de uma reunião de três horas de tempo mantido com o Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública, na presença do Presidente da Transição, General Horta Inta-a.

A delegação senegalesa é composta pelo ministro da Integração Africana, dos Negócios Estrangeiros e dos Senegaleses no Estrangeiro, Cheikh Niang, pelo ministro da Defesa Nacional, General Birame Diop, e pelo Embaixador do Senegal na Guiné-Bissau, Moussa Ndoye, reuniu-se com o Alto Comando Militar e na presença do Presidente da República de Transição, General Horta Inta-a, durante três horas de tempo para conhecer as razões que motivaram o golpe de Estado de 26 de novembro, que anulou as eleições gerais, presidenciais.

O chefe da diplomacia senegalesa explicou na sua declaração aos jornalistas que a missão está em Bissau no quadro de amizade e de solidariedade com a população guineense. Acrescentou que durante a reunião mantida com as autoridades, que analisaram na reunião a situação vigente da Guiné-Bissau, na qual a missão reiterou como sempre tem feito nas reuniões internacionais e recentemente na 68ª Cimeira da CEDEAO, a sua determinação para acompanhar a Guiné-Bissau e apoiar na normalização do país.

“Fomos informados detalhadamente sobre as razões que motivaram o golpe de estado e nós vamos restituir essas explicações ao Chefe de Estado, Bassirou Diomaye Faye”, disse, acrescentando, neste particular, que apresentaram as autoridades guineenses as propostas do Senegal sobre a questão dos políticos detidos e na qual pediram a libertação dos mesmos.

Cheikh Niang assegurou que a missão apreciou uma vontade da parte das autoridades guineenses de avançar e igualmente para encontrar uma solução, tendo enfatizado que a Guiné-Bissau está neste momento num período de transição e, “que resta agora, a ver como fazer para que esta transição chegue ao seu termo com todo o resultado que se espera”.

Explicou que apresentaram ao Alto Comando Militar o pedido do seu país de libertar todos os políticos detidos na sequência dos eventos de golpe de Estado ocorrido no dia 26 de novembro.

“Estamos extremamente impressionados e satisfeitos com a reação positiva do Presidente Horta Inta-a, portanto é uma reação que nos satisfaz e esperamos que brevemente teremos os resultados deste encontro. Isso vai contribuir para desencravar a situação e criar um clima de confiança muito forte e sereno”, disse.

João Bernardo Vieira : SENEGAL IRÁ DEFENDER A GUINÉ-BISSAU NOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS”

O ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades da Guiné‑Bissau, João Bernardo Vieira, afirmou que o Senegal foi o primeiro país a deslocar‑se a Bissau após o golpe de Estado. Recordou que, embora a Guiné‑Bissau tenha recebido uma delegação da CEDEAO, o Senegal foi o primeiro Estado a estar fisicamente no país, demonstrando não apenas solidariedade, “mas, sobretudo, a compreensão das dificuldades que a Guiné‑Bissau enfrenta e a disposição para acompanhar o processo de transição”.

Segundo o ministro, a delegação senegalesa transmitiu “uma mensagem clara de acompanhamento” e comprometeu‑se a defender a Guiné‑Bissau nos organismos internacionais, explicando as circunstâncias que levaram ao levantamento militar. O objetivo, frisou, é evitar interpretações que possam causar “um dano maior”. Vieira acrescentou que, na visão apresentada pelo Senegal, a intervenção militar foi considerada necessária para impedir uma possível guerra tribal e para evitar que o país “fosse tomado por narcotraficantes”.

O governante garantiu ainda que a missão senegalesa trouxe uma mensagem do Presidente da República do Senegal, que apelou à libertação dos detidos. Acrescentou que o Presidente da Transição instruiu as autoridades nacionais a acompanharem a delegação na visita aos prisioneiros políticos e na deslocação à Embaixada da Nigéria, em Bissau, onde se encontra refugiado o candidato presidencial Fernando Dias da Costa.   

Por: Assana Sambú

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