Edificada em cinzas de contradições e rodeada em conflitos intestinais, a querida Guiné-Bissau continua refém do árduo percurso da sua idade embrionária. De crise em crise, de drama em drama, de golpe em golpe, a pátria de Cabral está sufocada nesta eterna caça ao destino adiado na sombra de egoísmo, incompetência e mentira.
A recente crise política, ainda bem patente nas subconsciências, é sem dúvida mais um capítulo na longa telenovela de desânimos e desesperança de um povo que um dia soube e ousou sonhar bem alto.
Desânimos e desesperança, porque durante últimas eleições presidenciais e legislativas, houve chuvas de promessas e comprometimentos de diferentes candidatos em criar condições para que se possa alcançar largos consensos no manto do diálogo e consequentemente consolidar a tão almejada estabilidade neste país. Infelizmente, as promessas eram tudo menos sinceras.
O compromisso para com o povo era conseguir o voto, e depois, nada. As promessas de ontem, a contradições cegas de hoje, e quem sabe, as turbulências de amanhã. Assim vai este país de homens e mulheres irresponsáveis!
A crise política que culminou na indigitação do “velho” Carlos Correia na liderança do executivo, devia levar-nos, enquanto filhos desta terra mártir, a colocar pela primeira vez o dedo na consciência. Na nossa modesta opinião, a ruptura que paralisou o país durante 60 dias, senão mais, é mais um sinal equívoco do nosso fracasso colectivo. Nós e políticos somos todos os responsáveis desta desgraça colectiva.
Na verdade, esta crise permitiu compreender a similitude dos políticos guineenses. “Farinha do mesmo saco”! O que lhes diferem na prática são as cores das suas bandeiras. Mais nada. No fundo, comungam os mesmos vícios e as mesmas desvirtudes que começam de intrigas e terminam em assassinatos. São verdadeiros “assassinos” das expectativas legítimas do povo que aspira à mudança rumo a um país moderno e próspero.
Enquanto povo, esta crise revelou o nosso elevado grau do conformismo e a nossa paciência a engolir o peixe pela cauda. Face à crise, o guineense comum mostra-se incapaz e indiferente. Só reage quando os estilhaços da desordem batem-no na porta. É urgente mudar o nosso olhar e sair definitivamente deste sono profundo.
Sem o enraizamento da cidadania activa em defesa do bem público, a Guiné-Bissau permanecerá uma propriedade dos políticos sem preparação e incapazes de proporcionar uma alternativa, será para mais décadas, uma República adiada.
Por: Redação

















Mais uma véz, estamos perante uma “redaçâo encomendada” dessa gente sem escrúpulo??
Diria eu, os que nâo estão preparados são os nossos pessoais de Imprensa que, sempre, ou quando bem lhes apetecem, torcem para um lado, manipulam as informações, fazem intrígas para o outro, assim, fomentando o “diz que diz” nas nossas sociedades.
Vocês sim é que são “FARINHAS DO MESMO SACO”!