DELEGAÇÃO DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU VISITA GUINÉ-BISSAU

Uma missão do Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou hoje uma visita a Guiné-Bissau para falar com “quem manda no país” e tentar resolver o impasse político, disse o embaixador de Angola na ONU, Ismael Martins.

Em curtas declarações no aeroporto de Bissau, Ismael Martins, que chefia a delegação, disse estar otimista e acredita que a missão que dirige irá conseguir conciliar as partes desavindas, desde que haja vontade para isso, sublinhou.

Aquele responsável lamentou que a missão tenha que encurtar a permanência em Bissau, devido ao atraso na chegada, provocado pelo nevoeiro.

“Muito se pode fazer em pouco tempo, quando há vontade política”, disse o embaixador angolano na ONU, sublinhando que não há problema sem solução “desde que os homens queiram”.

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À chegada a Bissau, a delegação da ONU foi recebida por dezenas de jovens do Movimento de Cidadãos Indignados e Inconformados que empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordens de incentivo aos membros do Conselho de Segurança e de repúdio face ao comportamento dos políticos locais.

Logo depois de aterrar no aeroporto internacional de Bissau, a delegação seguiu para o Palácio do Governo, onde esteve reunida, por breves instantes com o chefe da diplomacia guineense e, de seguida, juntou-se aos membros do Governo numa reunião presidida pelo primeiro-ministro, Carlos Correia.

Ainda esta tarde, a delegação da ONU encontrou-se com a direção da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) e de seguida recebeu, em audiências separadas, os líderes dos dois principais partidos no hemiciclo, Partido Africano para a Independência da GuinÉ-bissau e Cabo Verde (PAIGC) e Partido da Renovação Social (PRS), que se fizeram acompanhar pelos respetivos chefes das bancadas parlamentares.

Os encontros tiveram lugar no Palácio Colinas do Boé, sede do Parlamento. Antes de rumar à Dacar, capital senegalesa, de onde vai viajar para Nova Iorque, a comitiva terá uma audiência com o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, prestando a seguir declarações à imprensa para o balanço da missão.

A situação política na Guiné-Bissau está num impasse depois de a presidência do parlamento ter afastado 15 deputados do PAIGC que votaram contra o governo, liderado por Carlos Correia. O PAIGC, que tem maioria absoluta, afastou os deputados mas o Presidente da República, José Mário Vaz, tem contestado a decisão.

A delegação do Conselho de Segurança das Nações Unidas chegou pelas 12:30 a Bissau, depois de um atraso de três horas e meia na aterragem, provocado pelo nevoeiro.
Os membros da comitiva vão tentar cumprir o programa inicial que previa igualmente encontros com organizações da sociedade civil e parceiros internacionais.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, em fevereiro, uma resolução que apela ao diálogo para resolver as divergências políticas que estão a travar o desenvolvimento do país. O chefe de Estado e o PAIGC, partido no Governo, estão em confronto político desde o verão de 2015, num diferendo que extravasou para o Parlamento e o tem impedido de funcionar.

A missão teve de atrasar a chegada ao aeroporto da capital devido ao nevoeiro. A aeronave ainda tentou efetuar a aterragem, mas, por falta de visibilidade, foi desviada para Dacar, capita do Senegal, 400 quilómetros a norte e onde a delegação aguardou condições para poder chegar a Bissau.

“A última missão do Conselho de Segurança à Guiné-Bissau foi em 2004. Esta nova visita tem como objetivo recolher informações em primeira mão das instituições-chave e da liderança do governo”. A presidência do conselho está entregue durante o mês de março a Angola. A delegação é liderada por Ismael Martins, representante angolano, e inclui outros 14 diplomatas e um total de mais de 30 pessoas.

Na sua última resolução sobre a Guiné-Bissau, adotada por unanimidade a 26 de fevereiro, “o Conselho de Segurança sublinhou que todos os intervenientes devem trabalhar para assegurar a estabilidade” por forma a implementar “reformas importantes e o fortalecimento das instituições do Estado”.

 

Fonte: Lusa

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