O Chefe da Missão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Ismael Martins, afirmou ontem, dia 07 de Março 2016, que o Conselho da Segurança da ONU quer um combate ao incumprimento das leis. O diplomata angolano falava a’O Democrata depois de ter-se reunido com as autoridades do país e com os líderes do PAIGC e do PRS.
O Embaixador de Angola na ONU disse, na sua comunicação, que é “preciso deixar as instituições funcionar”.
O representante da ONU disse que é preciso que os partidos saibam aquilo que são as suas normas próprias. Disse igualmente que no parlamento há regras básicas que devem ser cumpridas, porque ninguém está acima da lei.
Acrescentou ainda que só é possível investir num país onde as normas e as regras funcionam, tendo assegurado neste particular que é preciso uma apropriação por todos os guineenses desta situação que ele não chama de crise, porque “é um desacerto de posições que deve ser ultrapassado muito rapidamente”.
“As Nações Unidas vão continuar a acompanhar a Guiné-Bissau e estão apressadas em ver este país acertar-se internamente para permitir um alinhamento e fazê-lo avançar”, notou.
Ismael Martins afirmou que a missão ficou com a sensação de que, com pouco mais de paciência e vontade dos políticos, é possível encontrar uma saída. Acrescentou ainda que o “povo da Guiné-Bissau ganhou maturidade política que é refletida nos dirigentes e que esta deverá nortear a procura e uma saída”.
Sustentou ainda que notaram em todos os políticos do país uma apreciação de que é preciso estarem juntos para resolver a situação.
“O PAIGC, vencedor das eleições, impressionou-nos com o fato de, aquando da criação do primeiro governo, tê-lo tornado inclusivo, e vimos por parte do PRS, a vontade de participar em algo que seja aberto e o Presidente da República manifestou-nos a vontade de ver a Guiné-Bissau apresentar-se no mundo como os outros países”, observou o diplomata.
PAIGC PEDE RESPEITO PELAS LEIS E PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
O Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, afirmou na sua declaração à imprensa que o compromisso e o diálogo não podem ser estabelecidos se não houver o respeito pelas leis e pela constituição que considera de pressuposto básico.
O dirigente do partido libertador afiançou que há condições para se poder ultrapassar esta crise cujas causa e motivação estão a ter leituras muito diferenciadas, acrescentado ainda que “nós deixamos muito bem claro à Missão a disponibilidade para contribuir naquilo que depende de nós, para a saída da crise, desde que as leis sejam cumpridas e o direito conquistado nas urnas seja respeitado”.
“Se o pacto político pretendido pelo Presidente da Republica é para estabilidade e a paz, estaremos disponíveis para respeitar este pressuposto. Mesmo sem a existência de um pacto político. Para nós, o mais importante é a nossa disponibilidade para o diálogo a fim de ultrapassarmos todas as dificuldades. Está uma missão no país e queremos deixa-bvla fazer o seu trabalho e no final irá partilhar connosco a sua avaliação”, referiu.
PRS DEFENDE DIÁLOGO E ENTENDIMENTO ENTRE AS FORÇAS POLÍTICAS PARA A SAÍDA DA CRISE
O líder da bancada parlamentar do PRS e igualmente um dos vice-presidentes do partido, Certório Biote, afirmou que o país pode sair desta crise só com o diálogo e entendimento entre as forças políticas e atores nacionais.
O político referiu ainda que o país já está a sete meses no desentendimento, pelo que sustentou que não há outra forma de ultrapassar a crise se não enveredarmos pelo diálogo franco entre o PAIGC e as partes envolvidas no processo.
“O Conselho de Segurança não nos disse o que queria, mas (sabemos) sim que a delegação veio ouvir os atores políticos nacionais para que possa confrontar as ideias, a fim de sairmos desta crise. Nós mostramos a nossa posição face a esta situação. Não é preciso saber quem tem razão ou culpa. A palavra-chave para a Guiné-Bissau é o diálogo, entendimento e consenso nacional”, notou.
De referir que na última resolução do Conselho de Segurança das nações Unidas sobre a Guiné-Bissau, adotada por unanimidade a 26 de fevereiro, “o Conselho de Segurança sublinhou que todos os intervenientes devem trabalhar para assegurar a estabilidade” por forma a implementar as “reformas importantes e o fortalecimento das instituições do Estado”.
Por: Aguinaldo Ampa
















