Editorial: IRRESPONSABILIDADE DO PAIGC,  RADICALISMO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E INFANTILISMO DO PRS  

O país está desorientado e caminha a passos largos para o “abismo”. Os responsáveis pela atual triste realidade são apenas o trio, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Presidente da República e Partido da Renovação Social (PRS). São os actores desta crise que já consumiu (in)diretamente muitas vidas inocentes no calar da noite. Lamentavelmente, o Zé-povinho, maior vítima deste descalabro mantém-se indiferente e deixa os políticos manobrarem e brincarem com o destino colectivo.

O PAIGC, cada dia que passa, está desorientado e conserva apenas a sua velha máquina de manipulação de massas sempre alimentada com recursos públicos. Como pode o PAIGC, sem o mínimo de elegância política contestar a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) quando, há oito meses, celebrara o veredicto proveniente desta mesma jurisdição suprema? Que interesse tinha o partido de Cabral em optar por um extremismo cego quando tinha recursos políticos suficientes para, não só desbloquear o processo político, bem como continuar a frente do mesmo enquanto vencedor das últimas eleições legislativas? Porque razão o PAIGC recusou há muito tempo engajar um diálogo franco e sério com o PRS e propor aos guineenses uma solução governativa sustentável?

Entre arrogância e manipulação, o PAIGC colocou-se à deriva contra um dos princípios elementares de um Estado de direito, isto é, o respeito pela justiça, sejam quais forem os seus efeitos. O PAIGC, com todo o direito que o assiste, devia ter a maturidade suficiente para ponderar as diferentes variáveis derivadas da lamentável demissão do governo de Domingos Simões Pereira em julho de 2015. Faltou uma análise profunda no seio dos libertadores e isso permitiu que o extremismo invadisse todas as cabeças.

Hoje, o resultado fala por si: o país está sufocado e sem perspectiva! E em vez de parar e pensar, o PAIGC e seu líder continuam a praticar a irresponsabilidade com consequências graves para o país. Barricando nos corredores do palácio governamental, os dirigentes do PAIGC inauguraram um capítulo perigoso na nossa história democrática. Como explicar esse acto incompreensível? Porque não recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça para contestar o decreto presidencial? Onde estavam os que agora contestam a decisão presidencial quando o próprio PAIGC punha publicamente em causa o acórdão do STJ? Onde está a coerência?

De facto, não se pode abordar a presente crise sem referir a opção de confronto escolhida  pelo Presidente da República no actual o impasse. Em vez de pacificar, o Presidente aprofunda ainda mais a crise. Ao nomear Baciro Dja, pela segunda vez, ao cargo do Primeiro-Ministro, o Presidente José Mário Vaz demonstrou claramente que ele é refém de um grupo de indivíduos e de interesses obscuros que só o futuro poderá clarear.

Deixou também claro que ainda não vestiu o “camisote” do pai da Nação. Pois, o Presidente sabe muito bem que Baciro (além de o seu estatuto do terceiro vice-presidente estar sob apreciação do tribunal e consequentemente vigora o chamado “efeito suspensivo”) não reúne condições objectivas para dirigir o país no actual contexto político que exige alto nível de engenharia política e espírito de ponderação. A escolha tem tudo para ser qualificada de falhada. O Chefe de Estado devia propor um nome diferente; uma pessoa que esteja fora de círculo de conflito. Muitos vão dizer que isso é uma utopia! Para nós, esta opção, a mais difícil, seria o início de uma solução que permita salvar a presente legislatura através de amplos compromissos. Infelizmente, o Presidente Jomav optou por um caminho mais fácil, quiça, menos equilibrado.

O último responsável da actual situação chama-se o PRS que ao longo deste processo foi sucessivamente “absorvido” pelos acontecimentos e não conseguiu conservar uma linha de coerência. O partido de Koumba Yalá, ao aceitar integrar o “governo de 48 horas” dera um tiro no próprio pé.  Perante a  expulsão dos 15 deputados do PAIGC do Parlamento, o PRS esteve ao lado da legalidade e o STJ  confirmou este facto.

Entretanto, outra vez, o maior partido na oposição não teve a coragem política suficiente para escolher entre duas soluções: Assumir a liderança do governo ou ficar fora do processo. Infelizmente, o PRS optou por uma solução de meio gás que não terá seguramente pernas para andar. As divergências notáveis e persistentes no seio do grupo dos 15 mostra claramente que o PRS não terá  controlo do processo. Falhou outra vez. Puro infantilismo político. O “tempo, mãe de todas as verdades”, dirá!

 

 

Por: Redação

 

 

6 thoughts on “Editorial: IRRESPONSABILIDADE DO PAIGC,  RADICALISMO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E INFANTILISMO DO PRS  

  1. é isso que se chama um analise sem tomar por antonio ou por alberto
    é assim que devemos ser enquanto Guineenses nao defender uma ala por gostar ou depender dele mas sim defender os enteresses nacionais ao bem da democracia so asim podemos sair deste abismo profundo que estes ditos politicos nos levou
    por me tanto o PAIGC como PR e o PRS sao e serao responsaveis por tudo aquelo que estas acontecer e que vira acontecer neste pais
    uma pena que sinto todo dia e do povo Guineense ate quando que vao ser capases de uma dia votaren num libertador da Guine
    eu acho que o povo mesmo continua a levar a se mesmo por destino incerto.

  2. A cada um a sua responsabilidade são análises como esta que podem
    Criar condições para que cada um tire as suas conclusões.
    Meus parabéns e espero que a RDN se inspire e melhore os seus debates

  3. Boa leitura para atual situação q o nosso país vive agora cabe cada cidadão guineenses tire suas conclusões na essa matéria m

  4. aaa que pena, Dos certos filhos da Guiné-Bissau muito ouviram a falar a liberdade da expreção nem perguntar, começaram, cada qual traduz da sua maneira, n’ port qoui, Mas o que eu estou a notar na Guiné, não é assim liberdade da Expreção isso se chama calunia e difamações e isultos direto ou indereto e com as acusações grave sem sentido, por parte dos Blogueiros no casso deste Blog e muitos outros, publica as informações como querem, com tanata enclinação, e com comentarios graves, isto é um crime no jornalismos pra os que ão sabem, isso não é isso que é liberdade de Expreção. obgd a todos..

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