O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, afirmou esta sexta-feira, 12 de março de 2021, que se tiver que submeter-se a algum tipo de sacrifício na Guiné-Bissau estará disponível, por isso não hesitou em voltar ao país.
Simões Pereira falava aos jornalistas na sede do PAIGC, após a sua receção por dirigentes, militantes e simpatizantes do partido. Pereira justificou porque ponderou e atrasou o seu regresso por três motivos.
‘’O primeiro motivo tinha a ver com a questão da pandemia. Estava fora na altura e entendi que não fazia sentido regressar; segundo é que precisava de trabalhar com bastante tranquilidade, instalando-me na minha residência em Lisboa. E o terceiro foi porque compreendi que o meu regresso poderia não ter contribuído para a estabilidade e a paz, evitei interferir no trabalho do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que estava a dirimir o contencioso eleitoral e deixei-o decidir em liberdade’’.
Apesar destas observações, Simões Pereira disse ter testemunhado interferências que se registaram no processo para que o STJ pudesse decidir a favor de um candidato.
“Porém, considero essas questões ultrapassadas, por isso regressei de carne, osso e alma absolutamente disponível para aquilo que a nação guineense entender poder contribuir”, notou.
“Voltei de espírito aberto e coração limpo, pretendendo contribuir para construirmos um espaço de entendimento para que possamos lançar o nosso país, mas não posso tolerar esse tipo de posicionamento, mas também o povo guineense não pode permitir esta situação. Não são as forças policiais que regulam a nossa vida, mas sim as leis e as forças policiais existem para exigir o cumprimento da lei e para isso, têm que nos dizer de que lei se trata, não regular em benefício próprio e decidir em função das suas conveniências”, lamentou.
O líder dos libertadores prometeu sentar-se com as estruturas do partido para ouví-las. Também ser ‘’a voz dos sem voz’’ no Parlamento, na qualidade de deputado.
‘’É intolerável e inaceitável. Os mandantes desse tipo de agressões que se acautelem, porque provavelmente no dia seguinte vão pretender que isso pare e aí será a vez deles”, aconselhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
















