O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o general Biague Na N’Tan, denunciou esta quinta-feira, 14 de outubro de 2021, uma tentativa de mobilização de militantes para reverter a ordem constitucional.
“Quero pedir-vos, vocês da Polícia Militar, para não alinharem com as pessoas que estão a mobilizar os militares nos quartéis. Tudo se sabe hoje em dia. Todos os jovens mobilizados denunciaram junto dos seus superiores hierárquicos. O vosso futuro não se compara aos dez mil francos CFA que estão a oferecer aos militares para abrirem contas bancárias, não resolverao os vossos problemas nem os da vossa família”, advertiu.
Biague Na N’Tan falava na cerimónia da comemoração do dia da Polícia Militar da Guiné-Bissau (PM), que se assinala a 14 de outubro. O batalhão da PM é constituído por dezenas de efetivos sob dependência direta da divisão da operação e treino do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Perante esta denúncia, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, apelou aos militares para não alinharem com as pessoas que querem desestabilizar a Guiné-Bissau, exortando-lhes a trilharem o caminho da paz.
“Quero garantir-vos que as forças armadas já se afastaram da política e vocês também não devem envolver-se na política. Desistam da política camaradas… Todos os militares que estão a tentar mobilizar-vos estão identificados, mas quero pedir-lhes quem parem, porque quem sairá prejudicado somos nós os militares que nessas situações somos detidos e sofremos com cortes de salários e ficamos a mendigar, mas o político fica à vontade”, alertou.
“Temos que acompanhar essa dinâmica da paz e estabilidade, porque sem a paz não podemos fazer nada, nem haverá investimentos fortes do setor privado no nosso país”, disse.
Biaguê Na Ntan enfatizou que hoje os militares têm oportunidades de se formarem na Rússia, no Senegal e noutros países.
Neste sentido, o chefe dos militares guineenses revelou ter recebido solicitação do embaixador do Senegal na Guiné-Bissau para formação dos militares guineenses em língua francesa em Dacar.
Por: Assana Sambú
