PR: “FALHAS DO STJ EM 2019 TORNARAM A SOCIEDADE E AS INSTITUIÇÕES DO PAÍS EXPOSTAS AO PERIGO DE COLISÃO ”

O chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló referiu que as falhas cometidas pelo Supremo Tribunal Justiça (STJ), em arbitrar o processo eleitoral de 2019, desacreditou-o e levou a que a sociedade guineense e as instituições do Estado ficassem expostas ao perigo de colisão de uma crise pós-eleitoral com consequências imprevisíveis.

Umaro Sissoco Embaló fez essa afirmação esta quinta-feira, 18 de novembro de 2021, na posse de seis dos sete novos juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça, selecionados mediante um concurso público, na qual defendeu que é preciso restaurar a imagem da instituição.

“É a nova página que se abre e uma promessa da realização da justiça, uma justiça que se mantenha fiel aos princípios da Constituição, nomeadamente, os princípios da democracia e de estado de direito”, indicou Embaló.

“A imagem da justiça guineense não é das melhores”, afirmou, lembrando que no último período eleitoral de 2019, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) estava longe de satisfazer as expetativas da comunidade guineense.

Umaro Sissoco Embaló criticou a atuação dos juízes do STJ nas presidenciais de 2019, que considerou de  período “muito crítico” para a democracia e para a estabilização política do país, e que o STJ  “ falhou” e não  esteve à altura  das suas responsabilidades.

Perante estes fatos, o Presidente da República aconselha os novos empossados juízes conselheiros do STJ “ renovado” a apreenderem com os erros cometidos no passado, para restaurar a sua imagem que havia sido beliscada  e, consequentemente, ganhar a confiança dos guineenses.

“Mas será necessário responder às aspirações da sociedade com competência, trabalho e realizar uma justiça eficaz”, exortou Sissoco Embaló.

Tratam-se de Cármen Isaura Tavares Baptista Lobo, Arafam Mané, Aimadú Sauané, M’Pabi Cabi, Átila Djawara Morreira Ferreira e Pansau Na Intcharé. Apenas João Mendes Pereira ( que se encontra no exterior)  não foi empossado. O ato decorreu no palácio da Justiça e foi testemunhado pelas diversas entidades do sector da justiça, bem como das organizações não governamentais.

VICE-PRESIDENTE DO STJ PEDE AO SISSOCO QUE USE A SUA INFLUÊNCIA PARA INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS

No seu discurso, o vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima António André, pediu ao Presidente Sissoco a usar da sua magistratura de influência para defender a independência permanente, real e efetiva dos tribunais em todos os aspetos, de forma a permitir a salvaguarda da sua posição Constitucional, defendendo a dignidade da função jurisdicional.

Aos empossados, Lima André lembrou-lhes que seus percursos devem garantir a solução de continuidade e progresso da magistratura judicial.

Lima André explicou que os recém-empossados foram admitidos tendo em conta que a composição ordinária das câmaras estava reduzida a quatro juízes, dos quais dois eram candidatos à presidência do STJ e um representa o país junto da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA).

“Para o efeito declarou sete vagas por via de concurso curricular… a nomeação é um exemplo de objetividade e de abertura clara da magistratura judicial para o exterior ao admitir candidaturas de quadros qualificados que não integram a respetiva carreira”, esclareceu.  

Os sete juízes conselheiros foram promovidos pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial da Guiné-Bissau (CSMJ), através da deliberação nº. 12/2021 saída da sessão plenária extraordinária e remarcou a data da eleição para a escolha do novo presidente do STJ para o dia 10 de dezembro deste ano.

Por: Epifania Mendonça/ Filomeno Sambú

Foto: Rbantaba

Author: O DEMOCRATA

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