O comentador desportivo, Gorky Medina, afirmou que é “imperativo” a selecção nacional de futebol da Guiné-Bissau apurar-se para a segunda fase do Campeonato Africano das Nações (CAN 2021), por causa das experiências adquiridas nas duas últimas participações no Gabão e no Egito e as novas regras introduzidas na prova que vão permitir os quatro melhores terceiros lugares qualificarem-se para fase seguinte.
“Estivemos nos dois últimos CAN. Somos um dos fortes candidatos para estarmos presentes no próximo. Estamos a falar de uma selecção que conseguiu qualificar-se três vezes consecutivas para o CAN. Quem vai a três CAN seguidos pode apurar-se para o mundial e o povo guineense espera a melhor prestação da nossa selecção na prova”, disse.
“Tornou-se mais fácil agora apurar-se para a próxima fase da competição, a partir do momento em que os melhores terceiros classificados dos seis grupos podem classificar-se para segunda fase, isso fez com que a nossa exigência aumente ainda mais em torno da selecção nacional de futebol”, explicou Gorky Medina.
Medina falava esta terça-feira, 04 de janeiro de 2022, numa entrevista concedida ao Jornal O Democrata, com objetivo de perspetivar a terceira participação da selecção da Guiné-Bissau no CAN2021, que vai arrancar no próximo sábado, nos Camarões.
Os “Djurtus”, nome pelo qual é conhecida a selecção nacional de futebol, esteve no CAN 2017 no Gabão e em 2019 no Egipto. Vai estar agora nos Camarões, mas nunca conseguiu alcançar uma vitória na competição.
Igualmente docente na Faculdade Direito de Bissau, o comentador desportivo fez lembrar que Portugal conseguiu apurar-se para a próxima fase do grupo do Euro-2016 na terceira posição e a Guiné-Bissau tem a “obrigação” de garantir o apuramento no grupo onde está inserida para disputar a prova.
Em relação aos aspetos organizacionais e sobre os preparativos da participação do país no próximo CAN nos Camarões, Medina, que foi jogador de futebol e da selecção nacional, chamou atenção aos responsáveis federativos e governamentais no sentido de criarem melhores condições de trabalho aos jogadores nacionais.
“A selecção da Guiné-Bissau cresceu muito nos últimos anos e deve começar a pensar e comportar-se como uma selecção que cresceu, porque conseguir apurar-se consecutivamente para o CAN não é uma brincadeira. Os “Djurtus” é uma seleção já com outra dimensão, porque temos jogadores formados nas grandes equipas, como FC Porto, Sporting e Benfica”, referiu Medina.
Segundo a explicação do comentador desportivo, a selecção nacional tem a capacidade de enfrentar qualquer seleção africana, principalmente o Senegal de Sadjo Mané e o Egipto de Moamed Salah “sem medo”.
Os “Djurtus” estão no grupo D, tendo estreia marcada contra o Sudão (11 de Janeiro), antes de debater-se contra o Egipto (15 de Janeiro) e Nigéria (19 de Janeiro), sempre em Garoua.
Na opinião de Medina, a Guiné-Bissau parte em vantagem em relação aos dois colossos de futebol africano, Nigéria e Egito, uma vez que pode obter três pontos no jogo de estreia frente ao Sudão, enquanto as duas seleções vão jogar entre si na partida inaugural do grupo.
A prova máxima das seleções em África vai decorrer de 09 de janeiro e 06 de fevereiro de 2022. A competição devia realizar-se em 2021, nos Camarões, mas foi adiada para 2022 devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, apesar de manter a designação CAN2021.
As 24 seleções foram divididas em seis grupos, sendo que apenas o primeiro, o segundo e os quatro melhores terceiros classificados avançarão para os oitavos de final.
Os “Djurtus”, comandados pelo selecionador nacional Baciro Candé, deixaram o país na madrugada de quarta-feira, rumo aos Camarões. Candé convocou 24 jogadores para o CAN 2021 e o futebolista ao serviço do Plymouth Argy Football, da Inglaterra, é a grande novidade na lista dos eleitos para a maior competição de futebol em África.
Por: Alison Cabral
