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O líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Djá, afirmou esta quarta-feira, 8 de março de 2023, que não é possível ter um país como a Guiné-Bissau e colocar os partidos políticos no centro das questōes do emprego, devido à falta de experiência das pessoas, porque “isso é distorção completa do Estado”.
Baciro Djá fez essa afirmação na cidade de Gabú, no quadro da celebração do 5º aniversário da criação da FREPASNA. O político frisou que, quando criou o seu partido, tinha uma dimensão prospetiva na política.
Explicou que o partido foi criado como um projeto alternativo que veio para ficar e uma nova forma de fazer política na base da ciência, da tecnologia, da transparência e da verdade, não de corrupção, para mostrar aos guineenses os objetivos e perspetivas que o país precisa.
Baciro Djá assegurou que a FREPASNA não tem apoiantes, mas sim militantes, porque a base sociológica de apoio no país muda, prova disso é que alguns partidos tiveram 41 deputados, nas eleições seguintes conseguiram apenas 20 e outros elegeram 27 mandatos nas últimas eleições legislativas, mas podem conseguir nas próximas eleições 5 ou 10 deputados.
“Os guineenses são um povo politicamente maduro e sabem avaliar em cada momento e circunstância. Sabem quem são os políticos sérios, patriotas que têm a cultura do Estado e aqueles que vieram buscar dinheiro na política”, indicou.
“Não é possível ser um homem de Estado, fazendo carreira durante vários anos, sem interiorizar mecanismos do Estado. O que se faz na política na Guiné-Bissau é nepotismo. Colocam filhos, primos, sobrinhos e amigos como dirigentes. Eu passei por várias instituições do Estado, mas nunca levei a minha família, porque tenho a cultura do Estado. O Estado é um processo pedagógico e paulatino. Ninguém pode chegar e pensar destruí-lo completamente só porque não teve sucesso no comércio”, criticou.
Questionado sobre a greve em curso nos setores da saúde e da educação, Baciro Djá disse que “quem não tem escola não pode valorizá-la”.
Segundo Baciro Djá, é impossível almejar o progresso e desenvolvimento da Guiné-Bissau com pessoas que não frequentaram a escola e pior de tudo tiram mais de 10 mil pessoas das escolas para entregá-las fardamentos policiais.
“Porque querem que essas pessoas venham assegurá-los na velhice. Mas os seus filhos estão a estudar nas melhores escolas e fazem consultas nos melhores hospitais da Europa, por isso não estão preocupados com a greve em curso no país”, disse.
Na entrevista aos jornalistas na cidade de Gabú, leste do país, Baciro Djá homenageou todas as mulheres do seu partido e prometeu construir um hospital de referência na Guiné-Bissau, porque “é o local onde começa a vida humana”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A