COLIGAÇÃO PAI – TERRA RANKA ACUSA GÂMBIA DE INTERFERÊNCIA NOS ASSUNTOS INTERNOS DA GUINÉ-BISSAU

[Campanha eleitoral] A Coligação Plataforma de Aliança Inclusiva – Terra Ranka (PAI-Terra Ranka), liderada pelo PAIGC, acusou o Estado gambiano de interferência nos assuntos internos do país e anunciou que vai mover uma queixa contra as autoridades gambianas.  

A PAI-Terra Ranka acusou o Estado gambiano de não só causar prejuízos à coligação, porque também não tem o direito de impedir a circulação, em trânsito, de mercadorias que vêm para a Guiné-Bissau.   

A intenção foi anunciada esta quarta-feira, 31 de maio de 2023, em conferência de imprensa, pelo coordenador de advogados do PAIGC, Carlos Pinto Pereira.

Carlos Pinto Pereira afirmou que “é uma violação flagrante de direitos de um partido político e dos direitos humanos”.

Em reação à atitude das autoridades gambianas, o Supervisor Nacional da campanha eleitoral da coligação PAI Terra Ranka, Geraldo Martins, esclareceu que a coligação mandou produzir materiais de propaganda eleitoral fora do país para as eleições legislativas de 04 de junho, com objetivo de utilizá-los na fase final da campanha, para permitir que a festa da democracia fosse mais animada, mas viu todos os seus materiais retidos nas alfândegas da Gâmbia.

Geraldo Martins frisou que, depois de não terem conseguido autorização do governo da Guiné-Bissau, acionaram um plano para desembarcar a carga e fizeram todas as diligências para que os materiais saíssem das alfândegas de Banjul, mas as autoridades gambianas comunicaram-lhes que receberam “ordens políticas superiores” para não permitir a saída de materiais.

“Todo o procedimento foi feito e quando chegou a hora de as cargas saírem da Gâmbia recebemos uma comunicação das Alfândegas de Banjul, a informar que há ordens políticas superiores para não deixar os materiais saírem de lá”, detalhou.

Segundo Geraldo Martins, os materiais são constituídos por cartazes, alto falantes, polos, camisolas, chapéus, entre outros.

Afirmou que desde o dia de 20 maio que a coligação vem pedindo às autoridades da Guiné-Bissau para autorizar aterragem de um avião de carga fretado a partir da Índia com os materiais da campanha eleitoral.

Geraldo Martins lamentou que, apesar de as autoridades aeroportuárias da Guiné-Bissau, nomeadamente aviação civil, terem recebido o pedido de autorização para aterragem do avião de carga fretado pela coligação, não se fez nenhuma diligência.

“Contactamos as autoridades aeroportuárias para perceber o que terá acontecido, a aviação civil disse que o processo não está sob sua alçada e que era necessária uma autorização do ministro dos transportes”, informou. 

“Enviamos uma carta ao ministério dos transportes e comunicações a pedir autorização, mas até ao momento não recebemos nem sequer um único sinal do ministro. E a solução que encontramos foi de mandar o avião para o Aeroporto de Banjul, Gâmbia, mais próximo de Bissau, aguardando a autorização das autoridades nacionais e caso não houvesse uma autorização, o avião faria o desembarque na Gâmbia. Depois contrataríamos uma empresa de transporte de carga para fazer chegar os materiais à Bissau”, explicou.       

Perante esta situação Geraldo Martins admitiu existir uma decisão política para impedir que a coligação PAI Terra Ranka adquira materiais da campanha eleitoral, tendo informado a todos os militantes e simpatizantes que a coligação não está em condições de ter materiais, mas ainda assim vão continuar a fazer a campanha sem cartazes, nem camisolas.

Por: Carolina Djemé

Fotos: CD

Author: O DEMOCRATA

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